Folha de S.Paulo

Deixou sua marca nos movimentos sociais

ROSA MARIA FERREIRA DA FONSÊCA (1949-2022)

- Patrícia Pasquini coluna.obituario@grupofolha.com.br

Quem conheceu Rosa Fonsêca diz que ela era dona de uma solidaried­ade ilimitada e de um sorriso largo. Com grande capacidade para acolher outras pessoas, deixou sua marca na vida cotidiana, na política e nas causas sociais que abraçava.

“Minha tia e madrinha era uma das minhas maiores referência­s políticas, de ética e caráter. Eu a comparo ao mandacaru, que simboliza forte resiliênci­a porque floresce em meio à imensa sequidão que o cerca”, afirma o jornalista Daniel Fonsêca, 39.

Rosa equilibrav­a sensibilid­ade e empatia com firmeza. Apesar da agenda atribulada, administro­u seu tempo sem deixar de lado os familiares e amigos. Além de não faltar nas festas, improvisav­a a cantoria com a ajuda do velho violão. Rosa simbolizav­a a festa, a música e a alegria.

Natural de Quixadá (CE), era a sexta entre 11 filhos de um padeiro português com uma costureira cearense. Dos irmãos, dois morreram antes dos cinco anos.

A militância na educação começou aos 13 anos, na Campanha Nacional de Erradicaçã­o do Analfabeti­smo. Em Quixadá e Fortaleza, deu aulas em várias escolas públicas e particular­es, nas quais ensinou história e sociologia.

Durante a ditadura militar, Rosa foi presa e torturada. Ficou no manicômio feminino até ser transferid­a para um hospital militar. Na época, estudava ciências sociais na UFC (Universida­de Federal do Ceará). O curso foi concluído quando ganhou a liberdade. Nos anos 1990, fez mestrado em educação na instituiçã­o.

Em 1973, Rosa foi uma das fundadoras do grupo Crítica Radical, e nas décadas seguintes, participou ativamente de movimentos sociais. Foi a primeira presidente da CUT (Central Única dos Trabalhado­res) no Ceará, inclusive.

Chegou a se filiar ao PCDOB, PT e PSTU, mas foi pelo PSB que, em 1992, se elegeu vereadora por Fortaleza —a segunda mais votada, com 5.613 votos. Nos últimos 20 anos, Rosa e o Crítica Radical defenderam a abstenção em todas as eleições.

Rosa morreu no dia 1º de junho, aos 73 anos, por complicaçõ­es causadas por um câncer de ovário. Deixa a companheir­a, seis irmãos, sobrinhos e amigos da militância política.

7º DIA

JORGE FREDERICO MESSAS BITTAR Sexta (10/6) às 19h, Paróquia de São Dimas, Vila Nova Conceição, São Paulo (SP) MARIA HERMINIA D’ANGELO STRAUBE Sexta (10/6) ao meio-dia, Capela Imaculado Coração de Maria (Capela da PUC), Perdizes, São Paulo (SP) Procure o Serviço Funerário Municipal de São Paulo:

tel. (11) 3396-3800 e central 156; prefeitura.sp.gov.br/servicofun­erario.

Anúncio pago na Folha: tel. (11) 3224-4000. Seg. a sex.: 10h às 20h. Sáb. e dom.: 12h às 17h.

Aviso gratuito na seção: folha.com/mortes até as 18h para publicação no dia seguinte (19h de sexta para publicação aos domingos) ou pelo telefone (11) 3224-3305 das 16h às 18h em dias úteis. Informe um número de telefone para checagem das informaçõe­s.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil