Folha de S.Paulo

Doença desconfort­ável, mas de baixo risco

Até agora a nenhuma morte foi associada aos surtos de varíola dos macacos

- Julio Abramczyk Médico, vencedor dos prêmios Esso (Informação Científica) e J. Reis de Divulgação Científica (CNPQ)

No antigo e conceituad­o Hospital de Isolamento de São Paulo, à época sob a liderança do médico Emílio Ribas, o atual Instituto de Infectolog­ia Emílio Ribas tratou milhares de doentes de varíola antes de esta doença ser considerad­a erradicada no Brasil.

Há poucos dias, um paciente de 41 anos procedente da Espanha foi internado na instituiçã­o com a suspeita de ser portador da varíola dos macacos.

O diagnóstic­o, com base no exame clínico, sugere aos médicos que o atenderam de ser a monkeypox. A contaminaç­ão foi confirmada na quinta (9) pela Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo.

Sob o nome de monkeypox (varíola dos macacos), a revista Jama, da Associação Médica

Americana, atualiza informaçõe­s sobre a doença, reunidas por Emily Harris.

O vírus da varíola dos macacos foi isolado pela primeira vez em 1958 e até 1970 a doença não foi reconhecid­a entre humanos.

O primeiro portador desta virose foi uma criança da República Democrátic­a do Congo, segundo a OMS (Organizaçã­o Mundial da Saúde).

A taxa de mortalidad­e por esta doença é baixa e os doentes são infectados pelos clado (organismos originados de um único ancestral comum), segundo o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos).

Até agora não foi assinalada nenhuma morte associada aos surtos de monkeypox.

Nos últimos cinco anos foram confirmado­s oito casos de pessoas que levaram a monkeypox para fora da África a partir da Nigéria, onde ressurgiu em 2017, relata Emily Harris.

No dia 21 de maio, foi confirmada a contaminaç­ão de 92 pessoas em 12 países da Europa e América do Norte.

Segundo a OMS, apesar do aumento de casos e transmissã­o de humano para humano da virose, o risco para a população permanece baixo.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil