Servidores do órgão anunciam greve e cobram segurança
BRASÍLIA Servidores da Funai (Fundação Nacional do Índio) definiram nesta segunda (13) iniciar greve de 24 horas nesta terça (14). A categoria pedia que o presidente da fundação se retratasse sobre as falas envolvendo o indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips até às 18h desta segunda, o que não ocorreu.
A decisão foi tomada em assembleia, em Brasília. Também querem a criação de uma força-tarefa interna na região onde Bruno e Dom desapareceram e o envio imediato da Força Nacional de Segurança.
Além da paralisação, haverá um ato em frente ao Ministério da Justiça a partir das 9h desta terça-feira.
Os servidores enviaram ofício ao presidente da fundação, Marcelo Augusto Xavier da Silva, cobrando retratação pela “difamação e pelas inverdades presentes em suas declarações públicas acerca do caso de desaparecimento de Bruno Pereira e Dom Phillips”. A nota deveria ser publicada no site da Funai.
Pouco antes do prazo final, Silva divulgou nota dizendo que “diferente do que vem sendo propagado por veículos de imprensa, tem trabalhado intensamente nas buscas aos desaparecidos”.
“A fundação apoia as buscas de forma incessante desde que foi informada do desaparecimento, sendo que quatro embarcações são empregadas nos trabalhos, com o envolvimento de 14 servidores. Os pertences das vítimas foram encontrados com auxilio dos servidores da Funai em campo”, diz trecho da nota.
A declaração de Xavier que revoltou a categoria ocorreu na quarta (8), na Voz do Brasil —noticiário oficial do governo— e em nota oficial publicada na sexta (10) no site da Funai. Marcelo Augusto Xavier da Silva afirmou que Bruno e Dom deveriam ter pedido autorização do governo para entrar na terra indígena Vale do Javari. Bruno é servidor de carreira da Funai, mas estava de licença não remunerada. Ele colaborava com a Univaja (União dos Povos Indígenas do Vale do Javari).