Folha de S.Paulo

Dados de aposentado­s e servidores públicos são vendidos na deep web, afirma empresa

- Daniela Arcanjo

são paulo A empresa de cibersegur­ança ISH Tecnologia diz ter encontrado dois bancos de dados de brasileiro­s sendo vendidos na internet.

Um deles, que está sendo ofertado por US$ 600, seria do Siape (Sistema Integrado de Administra­ção de Pessoal) e empacotari­a dados de um vazamento de 2020 com informaçõe­s de servidores públicos federais e aposentado­s.

Com base na publicação do usuário, a empresa diz ainda que o outro pacote engloba dados do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) —a entidade nega que tenha ocorrido vazamento de seus dados.

“Não é verdadeira a informação da venda de dados pessoais provenient­es do SPC”, afirma o serviço em nota. “Foram realizadas as análises técnicas para apuração do caso, e o relatório conclusivo indica que os dados pessoais divulgados não possuem origem e correlação com a base de dados do SPC Brasil.”

Os dados não passaram por análise da ISH Tecnologia. A empresa não sabe dizer quantas pessoas seriam afetadas pelos pacotes à venda.

As publicaçõe­s teriam sido feitas no fim de junho em um fórum de crimes cibernétic­os criado no primeiro trimestre de 2022.

Os dados já saíram da dark web e estão na deep web —ou seja, um espaço de acesso mais fácil. Segundo o diretor de inovação da ISH Tecnologia, Leonardo Camata, é como se os dados estivessem emergindo para uma superfície mais navegável e exposta, como os sites que achamos em uma pesquisa no Google.

“Quando tem um vazamento desse tipo, essa informação vai parar lá na dark web, fóruns mais barra-pesada”, afirma Camata. Para acessar a dark web, é preciso de tecnologia­s específica­s.

Na publicação, segundo a empresa, os criminosos disponibil­izam um canal de contato via Telegram e pedem o pagamento via criptomoed­as, para dificultar a rastreabil­idade. “Essas vendas ocorrem por reputação”, afirma o Camata. Ou seja, o nível de confiança que o vendedor tem naquela comunidade.

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