Casos de síndromes respiratórias fazem São Paulo abrir leitos
Hospitais municipais têm taxa de ocupação de 73% nas UTIs e de 63% nas enfermarias, aponta Painel Covid-19
SÃO PAULO Em meio a crescimento de casos de Covid-19 e aumento de complicações respiratórias, a Prefeitura de São Paulo disponibilizou 50 novos leitos para tratar pacientes com esse quadro clínico nesta segunda-feira (13). Destes, 40 são de enfermaria e 10 destinados a UTIs.
Segundo dados do Painel Covid-19 da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), os hospitais municipais têm taxa de ocupação de 73% para leitos de UTIs e 63% nas enfermarias. Para efeito de comparação, no primeiro dia deste mês a ocupação era de 53% em UTIs e 38% em enfermarias.
No Hospital Municipal Brasilândia, na zone norte de São Paulo, a SMS informa que a taxa de ocupação de leitos de UTI para Covid está em 84%. Já no Hospital Municipal Professora Lydia Storópoli, na zona central, esse valor é de 86%.
Os casos de Srag (Síndrome Respiratória Aguda Grave) causados por Covid-19 registraram aumento na capital paulista. Segundo dados do Painel Covid-19, durante o mês de abril, a média móvel diária era de aproximadamente dez casos da síndrome com associação à doença.
Em meados de maio, esse número subiu paulatinamente, chegando a 55 casos no último dia daquele mês. Nos primeiros dias de junho, foi registrada uma queda sucessiva da média móvel, chegando a aproximadamente 23 casos na última sexta-feira (10).
Os casos registrados de Covid na cidade também seguem um padrão semelhante. Durante grande parte de abril, a média móvel diária dos diagnósticos era em torno de 300. No final de abril e durante todo o mês de maio, esse número aumentou gradualmente. No início de junho, o valor já era de mais de 2.000 casos diários e esteve perto de chegar a marca de 3.000. No entanto, uma pequena queda vem sendo observada nos últimos dias —como no último sábado (11) com 1.671 de média móvel.
O aumento de casos de Covid e a procura por atendimento médico já era sentida em hospitais privados. Por exemplo, o Hospital NipoBrasileiro tinha uma média de 60 atendimentos no pronto-atendimento respiratório durante o mês de abril. No dia 30 de maio, este número saltou para 400.
O hospital precisou retomar a estrutura utilizada em momentos mais críticos que há alguns meses, com a diminuição dos casos, tinha sido adaptada para atender pacientes com outras doenças.
Decisão parecida foi tomada pelo Hospital Sírio-Libanês. A alta na demanda no prontosocorro em meio ao aumento de casos de Covid fez com que fosse reaberta áreas destinadas às síndromes respiratórias que já tinham sido fechadas em março.
No início de maio, a média de atendimentos diários eram de 300, mas eles saltaram para em torno de 420 no final daquele mês.
O aumento do número de casos de Covid já é sentido nacionalmente. Na última terçafeira passada (7), o Brasil registrou 80.603, maior número desde 25 de fevereiro. Nessa data, a média móvel de casos em relação a duas semanas anteriores teve um crescimento de 144%. Essa disseminação maior do vírus tem forte relação com um maior registro de Srag.
O boletim infogripe da Fiocruz já vem apontando uma tendência no aumento de casos da síndrome. A última edição do documento, publicado na última quinta-feira (9), estimou cerca de 7.700 mil casos de Srag na semana de 29 de maio a 04 de junho. Na semana anterior, essa estimativa foi de 7.200.
Segundo a instituição, o Sars-CoV-2 é o vírus com maior associação ao aumento de casos de Srag.