Imunizante feito com RNA mensageiro não suspende menstruação
LONDRES | REUTERS Os dados disponíveis sugerem que as vacinas de RNA mensageiro para Covid-19 não causam ausência de menstruação, segundo concluiu o órgão regulador de saúde da União Europeia na última sexta-feira (10).
A avaliação foi motivada por relatos de distúrbios menstruais em mulheres que receberam uma ou duas injeções das vacinas Moderna ou Pfizer-BioNTech.
Os distúrbios menstruais podem ocorrer devido a uma série de razões, incluindo condições médicas subjacentes, bem como estresse e cansaço. As autoridades de saúde destacaram que também foram relatados casos após a infecção por Covid-19.
A ausência de menstruação é definida como ausência de sangramento por um período de 90 dias ou mais.
Enquanto isso, o Prac (Comitê de Avaliação de Riscos e Farmacovigilância) da Agência Europeia de Medicamentos está investigando casos de sangramento menstrual intenso com as duas vacinas.
Relatos de menstruação intensa —sangramento caracterizado por aumento de volume e/ou duração que interfere na qualidade de vida— foram destacados como uma potencial preocupação após um estudo na Noruega sugerir um aumento nos casos do fenômeno após a inoculação.
O Prac disse que revisou os dados disponíveis sobre o possível risco, mas solicitou aos fabricantes das vacinas que forneçam uma avaliação cumulativa atualizada dos casos.
Em janeiro, um estudo publicado no periódico Obstetrics & Gynecology relatou mudanças nos ciclos menstruais após a vacinação contra o coronavírus.
Segundo os autores, as mulheres inoculadas tiveram ciclos menstruais um pouco mais longos depois de receberem a vacina, comparadas com mulheres não vacinadas.
A menstruação atrasou em média um dia, mas não durou mais que o normal. E o efeito foi passageiro e a duração dos ciclos voltou ao normal após um ou dois meses. Por exemplo, uma mulher com ciclo menstrual de 28 dias que começa com sete dias de sangramento ainda começava o ciclo com sete dias de sangramento, mas o ciclo todo durava 29 dias. Um dois ou meses após a vacinação, o ciclo voltava aos 28 dias habituais.
O atraso foi maior em mulheres que receberam as duas doses da vacina no mesmo ciclo menstrual: no caso delas, a menstruação começou dois dias após o prazo normal.
Um dos responsáveis pelo estudo, Hugh Taylor, diretor do departamento de obstetrícia, ginecologia e ciências reprodutivas da Escola Yale de Medicina, destacou que as modificações constatadas não foram significativas e que parecem ser transitórias.