Folha de S.Paulo

Filho de Rita Lee, Beto toca hits compostos no sofá de sua casa

Grupo CeLeeBrati­on faz série de shows que contemplam as fases da cantora

- Ivan Finotti

SÃO PAULO Após a boa notícia que divulgou nas redes sociais contando que Rita Lee havia superado um câncer que surgira na pandemia, o guitarrist­a Beto Lee parte agora para uma verdadeira celebração do trabalho de sua mãe.

Trata-se do show “CeLeeBrati­on”, cuja banda homônima, liderada por Beto, se debruça sobre as dezenas de sucessos que Rita lançou ao longo da vida. A escolha do repertório, aliás, foi a parte mais complicada desse projeto.

“Como você vai sintetizar 55 anos de carreira, mais de 40 hits, em uma hora e meia de show?”, pergunta Beto, 45. De fato, segundo o jornalista André Barscinski conta no livro “Pavões Misterioso­s – A Explosão da Música Pop no Brasil”, Rita é a quarta maior vendedora de discos do país, tendo alcançado a marca de 55 milhões de álbuns vendidos.

“A parte mais difícil foi justamente escolher por que uma música entra e a outra não”, diz ele, que após uma seleção inicial de 25 canções, mostrou a lista para seus pais, Rita e Roberto de Carvalho. “Eles fizeram uns ajustes e pronto.”

A CeLeeBrati­on estreou este ano, no festival Rock Brasil, que reuniu diversos artistas dos anos 1980 em uma série de fins de semana em São Paulo, Rio e outras capitais. Agora, ganha três datas no Teatro Liberdade, em São Paulo, a partir desta quarta (15).

Mas a banda já está há uma década na cabeça de Beto. “Há uns 10 anos comecei a pensar nesse projeto e finalmente colocamos de pé antes da pandemia. Aí tivemos que parar.”

A carreira da artista pode ser dividida em três partes, e a boa notícia é que todas elas estão cobertas nesse setlist. Beto revelou algumas das escolhidas. Da primeira fase, quando ela estreou com Os Mutantes, há “Panis et Circenses”, “Top Top” e “Ando Meio Desligado”, entre outras.

Entre 1973 e 1978, Rita lançou com a banda Tutti-Frutti quatro discos de rock mais básico, com muita influência dos Rolling Stones. São dessa fase clássicos como “Agora Só Falta Você”, “Esse Tal de Rock’n’Roll” e “Jardins da Babilônia”. Aliás, o baixista do Tutti-Frutti, Lee Marcucci, está na CeLeeBrati­on. Os vocais de Rita serão cantados por Debora Reis.

A partir de 1979, ela e seu novo companheir­o, o carioca Roberto de Carvalho, engataram uma série de sucessos muito populares, como “Banho de Espuma”, “Chega Mais”, “Lança Perfume” e “Mania de Você”. O último disco de Rita, hoje aposentada, foi lançado uma década atrás.

Beto Lee, que nasceu em 1977, acompanhou a criação dessas últimas canções do sofá de casa. “Me lembro de tantas músicas sendo feitas”, suspira Beto, que promete tocálas com os arranjos originais, o mais próximo possível das versões gravadas. “Como não tocar o solo de ‘Ovelha Negra’ nota por nota?”, questiona.

Quanto à Rita, que hoje mora num sítio no meio do mato na cidade de Cotia, na Grande São Paulo, ela “está bem, está em casa, se recuperand­o muito bem e está super a fim de ver o show ao vivo”.

Será que ela vem?

CeLeeBrati­on

Qua., às 21h. Até 29/6. Teatro Liberdade, r. São Joaquim, 129, São Paulo. R$ 70 a R$ 220. 12 anos

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