Folha de S.Paulo

Cimento queimado

- Joana Cunha painelsa@grupofolha.com.br com Paulo Ricardo Martins e Gilmara Santos

Empresário­s da construção voltaram a levar ao governo as queixas da indústria sobre o preço do cimento. A pressão do setor contra os reajustes foi forte nos últimos anos e deve voltar a crescer nos próximos meses. O SindusCon-SP (sindicato da construção civil) afirma que entregou ao Ministério da Economia um novo documento sobre o custo das obras e relatou ao órgão que as cimenteira­s têm enviado às construtor­as muitos avisos de novas tabelas de preços.

andaime No documento levado ao órgão, a entidade aponta que as altas do cimento, superiores à variação do INCC, afetam os valores de concreto, argamassas e blocos. Os aumentos provocam desequilíb­rio econômico nos contratos, encarecem a execução das obras públicas e ameaçam programas de governo como o Casa Verde e Amarela, segundo o SindusCon.

Janela O procedimen­to que vai permitir a construção de um terminal VIP em Guarulhos fora do prazo de vigência da concessão é uma tendência que já tem liberado investimen­to em aeroportos concedidos em rodadas anteriores. Por meio de uma portaria de 2020, as concession­árias antigas têm negociado contratos comerciais que só teriam viabilidad­e em período maior.

ampulheta No caso do novo terminal de Guarulhos, cuja concessão dura mais dez anos, o governo libera um contrato de 40 anos para o empreendim­ento, conforme antecipou o Painel S.A. na quinta (16). Com modelo semelhante, a Inframéric­a abriu neste mês o projeto do Partage Shopping Brasília, integrado ao aeroporto da capital, com 130 lojas, mais de 20 restaurant­es e sete salas de cinema.

ambulância A CNSaúde (Confederaç­ão Nacional de Saúde), que reúne hospitais, laboratóri­os e clínicas de todo o país, registra piora no cenário de escassez de insumos médicos e materiais usados em exames nas últimas semanas. Segundo a entidade, a situação, que é atribuída, em parte, à demanda por exames de imagem reprimida na pandemia, já afeta o tratamento em redes hospitalar­es.

maca “Não temos conseguido equilíbrio em todas as espécies de insumos”, diz Bruno Monteiro, presidente da CNSaúde. O setor relata escassez de meios de contraste, iodados e à base de gadolínio, usados em exames radiológic­os e outros insumos como soro hospitalar e soluções parenterai­s. “A pandemia criou desafios acima do normal, mas não são aceitáveis esses desabastec­imentos frequentes de insumos”, diz a CNSaúde.

inquilino A edição de maio da pesquisa sobre o mercado de aluguel residencia­l na capital paulista, que o Secovi-SP divulga nesta segunda (20), mostra o índice que avalia o tempo esperado até a assinatura do contrato com uma demora de até 84 dias. Nas casas e sobrados, o escoamento está levando 32 a 56 dias. Nos apartament­os, 36 a 84 dias.

elevador Os dados mostram alta nos apartament­os em relação a abril, quando a espera variava de 34 a 82 dias. Para casas, o tempo ficou estável. Os prazos seguem bem acima do patamar observado antes da pandemia. Em 2019, o intervalo variava de 17 a 44 dias.

escada O valor da locação aponta aumento de 2,21% no acumulado de junho de 2021 a maio de 2022, conforme a pesquisa do Secovi-SP.

reflexo Cerca de um ano após incluir dados sobre diversidad­e nos cadastros para vagas de emprego, a plataforma de recrutamen­to 99jobs diz que registrou alta superior a 50% na quantidade de pessoas trans inscritas. O cenário também mudou no número de trans empregados, que saiu de 63 pessoas para 84.

espelho Os novos campos, introduzid­os em 2020, abrangem identifica­ção de nome social, orientação sexual, identidade de gênero e pronome. Segundo a empresa, sem as novas informaçõe­s, o algoritmo criava um padrão preconceit­uoso, que beneficiav­a pessoas mais privilegia­das.

carrinho vazio Maio teve a pior performanc­e dos últimos 17 meses em unidades vendidas nos supermerca­dos e atacarejos, segundo levantamen­to da Radar Scanntech, que atribui ao reflexo da inflação.

no estoque No mês, a quantidade de unidades vendidas encolheu mais de 6% na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo a empresa. Chama atenção na pesquisa a queda na venda de bebidas alcoólicas, puxada pela cerveja. A retração pode ser atribuída ao fim do isolamento social, que reaqueceu o consumo nos bares e restaurant­es.

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