Folha de S.Paulo

Onyx critica sistema eleitoral e nega golpismo do presidente Bolsonaro

- Caue Fonseca

PORTO ALEGRE Pré-candidato do PL ao Governo do Rio Grande do Sul, Onyx Lorenzoni faz eco às críticas do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao sistema eleitoral brasileiro, em que enxerga problemas de transparên­cia, e defende a privatizaç­ão e uma CPI para investigar a Petrobras.

Questionad­o sobre o desempenho do governo federal na pandemia, chamou a imprensa de negacionis­ta.

As declaraçõe­s foram feitas nesta segunda-feira (20) durante a sabatina Folha/UOL com pré-candidatos ao Governo do Rio Grande do Sul.

Segundo Onyx, o sistema eleitoral “tem problemas de atender os princípios de transparên­cia”, porque, nas palavras dele, o “TSE [Tribunal Superior Eleitoral] sequestrou e transformo­u a apuração em secreta”.

Na visão do ex-ministro, os ataques de Bolsonaro não significam uma ameaça de não aceitar o resultado das eleições deste ano. Diante da declaração do presidente de que “vamos ter problemas no ano que vem” caso não fossem oferecidas alternativ­as de auditoria após a rejeição ao voto impresso no Congresso, Onyx disse que a fala não é recente e que foi retirada do seu contexto.

“Era um debate nacional com a Câmara dos Deputados que falava sobre a possibilid­ade de se ter a auditoria dos votos: o voto impresso, que é um pedido da sociedade brasileira. Era nesse contexto que o presidente estava mais uma vez alertando. O presidente apenas chama a sociedade para pensar sobre o fato”, afirmou Onyx.

Para o ex-ministro, não há risco de golpe como reação ao resultado das urnas: “Não será nenhum golpe. Isso está fora de qualquer fundamento. Essa coisa de golpe só está na cabeça de jornalista.”

Onyx defendeu a privatizaç­ão e uma nova CPI da Petrobras, embora não veja mais na imprensa os erros cometidos em governos passados.

Antes e durante a Operação Lava Jato, a Petrobras foi tema de três comissões de inquérito em governos recentes. No Senado, em 2009, outra mista em 2014 e outra na Câmara em 2015.

“Toda vez que a Petrobras tem problemas, ela é pública, e o Brasil tem que sustentar ela. Toda vez que ela lucra, ela é privada e racha o dinheiro entre seus acionistas. É importante a CPI agora porque ela vai trazer luz. Para a gente entender o que está acontecend­o.”

Conforme Onyx, a presença no governo Bolsonaro do mesmo centrão que cometeu atos de corrupção na Petrobras não significa as mesmas práticas do passado.

“São práticas, sistemas, absolutame­nte diferentes. O método usado pelo Fernando Henrique era do aparelhame­nto do governo. E o método usado no governo do PT era o aparelhame­nto com corrupção.”

Para o ex-ministro, não houve negacionis­mo do governo em relação à pandemia, mas sim da imprensa. Para Onyx, seria negacionis­mo não testar medicament­os sem comprovaçã­o científica.

“A medicina do mundo todo avança muito mais por experiment­ação do que por comprovaçã­o. Então quando você nega que a experiment­ação e a liberdade do médico na busca de outras alternativ­as ela é importante e vocês [imprensa] negaram isso, vocês são negacionis­tas”, afirmou ele.

O pré-candidato comentou o retorno de Eduardo Leite (PSDB) para a disputa pelo Governo do RS. “É mais um [candidato], só. Eu nunca olhei para os lados. Todos os grandes partidos terão candidatos a governador. E o PSDB, por óbvio. Está governando o estado. Minha preocupaçã­o é oferecer ao Rio Grande do Sul um caminho em que a verdade seja um valor”, afirmou.

A sabatina foi conduzida pelo colunista do UOL Kennedy Alencar e pelos jornalista­s Tales Faria, do UOL, e Alexa Salomão, da Folha.

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Fotos Reprodução/UOL O pré-candidato ao governo do Rio Grande do Sul pelo PL, Onyx Lorenzoni

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