Folha de S.Paulo

Bolsonaro não conhece Rouanet nem Ancine, diz Alexandre Frota

Na Parada LGBT+, deputado criticou a gestão cultural do presidente, que teria prometido atuar em prol da área

- Pedro Martins e Vivian Masutti

são paulo Pré-candidato a deputado estadual em São Paulo, Alexandre Frota, do PSDB, esteve no camarote Pride da casa de shows Blue Note na Parada LGBT+ neste domingo, ocasião em que criticou o presidente Jair Bolsonaro,doPL,sobretudop­orsua pasta cultural, rebaixada de ministério a secretaria e entregue a figuras como André Porciuncul­a, um ex-policial militar que geriu a Lei Rouanet mesmo sem ter formação ou experiênci­a alguma com cultura.

Frota afirmou à reportagem que foi traído por Jair Bolsonaro, que, segundo ele, “tem pouco conhecimen­to sobre cultura, não conhece a Lei Rouanet, não conhece a Ancine”, mas que havia prometido a ele, durante a campanha eleitoral passada, que trabalhari­a em prol do setor caso chegasse ao Planalto.

“Bolsonaro prometeu para mim que, de alguma forma, ia dar uma solução para a cultura com mais investimen­tos. O problema é que, assim que assumiu, ele traiu todos nós. Ele se vingou da classe artística, porque nunca engoliu aquela hashtag #EleNão”, disse o deputado. “Muita gente em torno dele, principalm­ente seus filhos, inviabiliz­ou toda a proposta que ele disse para a gente que teria para a cultura.”

Frota também discutiu a sua saída do PSL, partido pelo qual tanto ele quanto o presidente foram eleitos, ainda no primeiro ano de seu mandato como deputado federal, movimentad­a por figuras bolsonaris­tas como Carla Zambelli e Daniel Silveira.

O deputado afirmou ainda que que não acredita na existência de uma terceira via e que, contra Bolsonaro, votaria em qualquer candidato, até em Lula, do Partido dos Trabalhado­res, uma das figuras políticas que mais atacou no pleito de quatro anos atrás.

Frota afirmou que não tem mais contato algum com o presidente ou qualquer um de seus assessores e ministros.

“As eleições vão ser complicada­s, recheadas de fake news, de ataques, ameaças e violência, mas a gente não pode se afrouxar”, disse ele.

“O brasileiro já decidiu em relação a Bolsonaro ou a Lula”, continuou. “Não existe terceira via. É morta, não é organizada e não vai chegar lá. Se você fizer as contas, não tem tempo para surgir um herói ou uma heroína capaz de mudar a história. A gente precisa encontrar uma maneira concreta de tirar o Bolsonaro de lá. Eu lutei para colocálo lá e vou lutar para tirá-lo.”

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