PAINEL OCA
Alardeada como uma das grandes novidades por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em suas propostas para a Amazônia, a criação de um ministério para os povos indígenas ficou de fora das 121 diretrizes do plano de governo da candidatura. Já a Funai recebeu apenas uma menção. Representante da Rede na comissão que elaborou o texto, Pedro Ivo minimiza a ausência. Ele afirma que a ideia do ministério está sendo considerada, mas depende de conversas com líderes indígenas.
PRA DEPOIS Também ficaram de fora duas prioridades de política externa do atual governo: a entrada do Brasil na OCDE e o acordo Mercosul-União Europeia. “Há uma agenda ampla e complexa da política internacional como o acordo Mercosul-UE, OCDE, entre outros, que não cabem nas diretrizes e deverão ser tratadas no programa de governo”, diz o coordenador do documento, Aloizio Mercadante.
ECO A frase gritada por um militante bolsonarista para Lula, de que ele pretende “voltar à cena do crime”, será uma espécie de mote da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL). A expressão foi usada em 2017 contra o petista por seu atual vice, Geraldo Alckmin (PSB), quando ele era tucano.
REFRÃO “A síntese sobre como tratar Lula foi dada pelo vice dele”, diz o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Durante a conferência conservadora Cpac Brasil, em 11 e 12 de junho, a frase foi usada, entre outros, pelo ex-secretário da Pesca Jorge Seif, o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles e o ex-senador Magno Malta.
TURMA Em processo de imersão no universo esquerdista, Geraldo Alckmin reuniu-se no início do mês com o presidente do Sindicato dos Eletricitários do Estado de São Paulo, Eduardo Annunciato, o Chicão, para discutir a privatização da Eletrobras.
CARA DE PAISAGEM O ex-tucano, no entanto, evitou o debate sobre reverter a venda da estatal, caso Lula seja eleito. Na conversa, preferiu defender uma atuação robusta das agências reguladoras sobre a operação da empresa, além de tratar de outros temas, como distribuição da energia e uso de fontes alternativas.
RONDA Pré-candidato a presidente do Novo, Felipe d’Avila intensificou contatos com outras forças políticas. Na semana passada, jantou na casa de Gilberto Kassab com parte da cúpula do PSD. Nesta segunda (20), reuniu-se com o ex-presidente Michel Temer (MDB).
NETWORKING O Novo historicamente tem atitude refratária a alianças, mas vem flexibilizando essa posição. As conversas têm o objetivo de debater questões gerais do país e da política, mas não devem resultar em apoios formais.
CALMA, GENTE Na reunião com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), na segunda (20), líderes partidários manifestaram preocupação com a ofensiva da Casa contra os reajustes dos combustíveis. O próprio Lira tem feito críticas pesadas à estatal, como num artigo publicado na Folha domingo (19).
BAIXA O VOLUME Segundo eles, o tom pode trazer para o colo deles a responsabilidade sobre uma questão para a qual não dispõem de ferramentas para resolver. A aliados, Lira tem dito sentir saudades do ex-ministro Bento Albuquerque, tamanha a inabilidade do atual titular, Adolfo Sachsida.
DESTRO 1 Aliados de Jair Bolsonaro (PL) veem com preocupação movimentos de Rodrigo Garcia (PSDB) em direção ao eleitorado conservador, que podem esvaziar o apelo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) neste público. Garcia tem defendido endurecimento contra criminosos, por exemplo.
DESTRO 2 Um estrategista diz que é preciso haver reação imediata do ex-ministro. Isso se traduziria em discursos menos técnicos e mais proximidade junto à base bolsonarista, como representantes do agronegócio e evangélicos.
CANHOTO 1 Incluído no inquérito das fake news, o PCO vem recebendo apoio de líderes de esquerda contra a “censura” do STF. Entre eles, João Pedro Stedile, coordenador do MST, o deputado federal Vicentinho (PT-SP), o presidente da CUT, Vagner Freitas, e o PSTU.
CANHOTO 2 Já o PT institucionalmente não se manifestou, apesar de o partido ter declaradoap oi oàcandi datura de Lula.
ABUSO O deputado Alexandre Padilha (PT-SP) entrou com representações no Conselho Nacional do Ministério Público contra a promotora Mirela Alberton e no Conselho Nacional de Justiça contra a juíza Joana Zimmer que sugeriram a uma criança de 11 anos manter gravidez pós-estupro. Segundo ele, houve desrespeito à lei que prevê atendimento às vítimas de violência sexual.
VISITA À FOLHA Elvis Cezar, pré-candidato do PDT ao Governo de São Paulo, esteve no jornal nesta terça-feira (21). Acompanhava-o Marcelo Pimentel, publicitário.