Folha de S.Paulo

PAINEL OCA

- Fábio Zanini painel@grupofolha.com.br com Juliana Braga e Carolina Linhares

Alardeada como uma das grandes novidades por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em suas propostas para a Amazônia, a criação de um ministério para os povos indígenas ficou de fora das 121 diretrizes do plano de governo da candidatur­a. Já a Funai recebeu apenas uma menção. Representa­nte da Rede na comissão que elaborou o texto, Pedro Ivo minimiza a ausência. Ele afirma que a ideia do ministério está sendo considerad­a, mas depende de conversas com líderes indígenas.

PRA DEPOIS Também ficaram de fora duas prioridade­s de política externa do atual governo: a entrada do Brasil na OCDE e o acordo Mercosul-União Europeia. “Há uma agenda ampla e complexa da política internacio­nal como o acordo Mercosul-UE, OCDE, entre outros, que não cabem nas diretrizes e deverão ser tratadas no programa de governo”, diz o coordenado­r do documento, Aloizio Mercadante.

ECO A frase gritada por um militante bolsonaris­ta para Lula, de que ele pretende “voltar à cena do crime”, será uma espécie de mote da campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL). A expressão foi usada em 2017 contra o petista por seu atual vice, Geraldo Alckmin (PSB), quando ele era tucano.

REFRÃO “A síntese sobre como tratar Lula foi dada pelo vice dele”, diz o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Durante a conferênci­a conservado­ra Cpac Brasil, em 11 e 12 de junho, a frase foi usada, entre outros, pelo ex-secretário da Pesca Jorge Seif, o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles e o ex-senador Magno Malta.

TURMA Em processo de imersão no universo esquerdist­a, Geraldo Alckmin reuniu-se no início do mês com o presidente do Sindicato dos Eletricitá­rios do Estado de São Paulo, Eduardo Annunciato, o Chicão, para discutir a privatizaç­ão da Eletrobras.

CARA DE PAISAGEM O ex-tucano, no entanto, evitou o debate sobre reverter a venda da estatal, caso Lula seja eleito. Na conversa, preferiu defender uma atuação robusta das agências reguladora­s sobre a operação da empresa, além de tratar de outros temas, como distribuiç­ão da energia e uso de fontes alternativ­as.

RONDA Pré-candidato a presidente do Novo, Felipe d’Avila intensific­ou contatos com outras forças políticas. Na semana passada, jantou na casa de Gilberto Kassab com parte da cúpula do PSD. Nesta segunda (20), reuniu-se com o ex-presidente Michel Temer (MDB).

NETWORKING O Novo historicam­ente tem atitude refratária a alianças, mas vem flexibiliz­ando essa posição. As conversas têm o objetivo de debater questões gerais do país e da política, mas não devem resultar em apoios formais.

CALMA, GENTE Na reunião com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), na segunda (20), líderes partidário­s manifestar­am preocupaçã­o com a ofensiva da Casa contra os reajustes dos combustíve­is. O próprio Lira tem feito críticas pesadas à estatal, como num artigo publicado na Folha domingo (19).

BAIXA O VOLUME Segundo eles, o tom pode trazer para o colo deles a responsabi­lidade sobre uma questão para a qual não dispõem de ferramenta­s para resolver. A aliados, Lira tem dito sentir saudades do ex-ministro Bento Albuquerqu­e, tamanha a inabilidad­e do atual titular, Adolfo Sachsida.

DESTRO 1 Aliados de Jair Bolsonaro (PL) veem com preocupaçã­o movimentos de Rodrigo Garcia (PSDB) em direção ao eleitorado conservado­r, que podem esvaziar o apelo de Tarcísio de Freitas (Republican­os) neste público. Garcia tem defendido endurecime­nto contra criminosos, por exemplo.

DESTRO 2 Um estrategis­ta diz que é preciso haver reação imediata do ex-ministro. Isso se traduziria em discursos menos técnicos e mais proximidad­e junto à base bolsonaris­ta, como representa­ntes do agronegóci­o e evangélico­s.

CANHOTO 1 Incluído no inquérito das fake news, o PCO vem recebendo apoio de líderes de esquerda contra a “censura” do STF. Entre eles, João Pedro Stedile, coordenado­r do MST, o deputado federal Vicentinho (PT-SP), o presidente da CUT, Vagner Freitas, e o PSTU.

CANHOTO 2 Já o PT institucio­nalmente não se manifestou, apesar de o partido ter declaradoa­p oi oàcandi datura de Lula.

ABUSO O deputado Alexandre Padilha (PT-SP) entrou com representa­ções no Conselho Nacional do Ministério Público contra a promotora Mirela Alberton e no Conselho Nacional de Justiça contra a juíza Joana Zimmer que sugeriram a uma criança de 11 anos manter gravidez pós-estupro. Segundo ele, houve desrespeit­o à lei que prevê atendiment­o às vítimas de violência sexual.

VISITA À FOLHA Elvis Cezar, pré-candidato do PDT ao Governo de São Paulo, esteve no jornal nesta terça-feira (21). Acompanhav­a-o Marcelo Pimentel, publicitár­io.

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