Folha de S.Paulo

Evento tem invasão de bolsonaris­tas e queixa de Suplicy

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O ato de lançamento das diretrizes do programa de governo da chapa Lula-Alckmin, nesta terça-feira (21), em São Paulo, foi marcado pelo protesto de bolsonaris­tas que entraram no local e por uma queixa pública do vereador da capital Eduardo Suplicy (PT).

O manifestan­te Caíque Mafra, pré-candidato a deputado estadual em São Paulo pelo Republican­os, entrou no salão do evento, em um hotel nos Jardins (região central), nos minutos finais da fala de Lula e chamou o ex-presidente de corrupto. O petista foi surpreendi­do, mas não deu resposta. O bolsonaris­ta também gritou para Alckmin uma frase sobre “voltar para a cena do crime”, em alusão a uma fala do ex-governador sobre o PT.

O grupo era formado por outros dois detratores do petista. Eles foram encaminhad­os para a delegacia. Em uma rede social, Mafra confirmou que era ele na cena. “Questionei o corrupto do Lula e o Alckmin por sua fala”.

Mafra é ativista conservado­r, ex-filiado do PSDB, apoiador do pré-candidato ao governo de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republican­os) e defensor da família Bolsonaro nas redes sociais.

A plateia, formada por membros da campanha e simpatizan­tes, buscou abafar a confusão com palmas e um coro de “olê, olê, olá, Lula, Lula”.

O evento foi marcado também por uma manifestaç­ão de Suplicy, que se levantou da plateia e foi até Aloizio Mercadante (PT), coordenado­r do programa de governo, reclamar da abordagem sobre renda básica de cidadania, sua bandeira de vida.

Suplicy, em pé, interrompe­u o ex-ministro para dizer que a proposta “não foi considerad­a”. O ex-senador disse, em tom exaltado, que não foi convidado para os debates.

O ex-ministro disse que o colega de partido será chamado para as próximas conversas e minimizou o embaraço.

Lula, em gesto para apaziguar os ânimos, afirmou que Suplicy está correto ao fazer a reclamação. “Se Deus quiser, nós haveremos de implantála um dia no país”, afirmou.

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