Radialista e DJ, foi potente e à frente do tempo
SANDRA MARIA cAMARGO cARRARO (1956-2022)
sÃo paulo Com os microfones à frente, Sandra Carraro foi a energia, o talento e a versatilidade. Dona de voz potente e inconfundível, trocou a carreira na advocacia pela comunicação e pela música.
Sandra formou-se em direito na PUC (Pontifícia Universidade Católica), trabalhou como cartorária e passou uma temporada em Nova York para um curso de ourives. Lá, aprimorou o inglês, segundo o humorista e colunista do jornal Bem Paraná Luiz Maurício Camargo Carraro (Miau Carraro), 63, seu irmão.
O rádio e a música ganharam espaço na vida de Sandra. Como locutora, trabalhou nas rádios Estação Primeira, que depois virou 91 Rádio Rock, e Transamérica. Também comandou um programa na radioweb Social Rock.
No final dos anos 1990, com o house e o techno em explosão no Brasil, Sandra investiu na tendência e, com dois amigos, criou a Groove Planet, voltada aos dois estilos. Além de música, a programação tinha entrevistas e comentários.
Em meados de 2005, a radialista abraçou a carreira de DJ e foi responsável pelas trilhas sonoras de baladas em Curitiba e outras cidades, como Florianópolis e São Paulo.
No livro “Registros Sonoros em Prosa” (editora Compactos, 2013), a radialista e DJ deixou um pedaço da própria história e fatos do gênero musical que foi seu combustível: o rock.
Mulher determinada, forte e autêntica, Sandra não levava desaforos e nem media as palavras, independentemente das consequências. Por outro lado, nos embates sabia argumentar.
Optou por não se casar e criou os filhos sozinha, de acordo com o irmão.
“Minha irmã foi uma das mulheres de vanguarda de Curitiba, que abriu caminho para as mais jovens se posicionarem. Sandra tinha uma presença forte, era empoderada.”
“Ela defendia a diversidade e posicionava-se a favor da causa LGBTQIA+. A Sandra era a mestre de cerimônias oficial da Parada Gay de Curitiba”, afirma Luiz.
Sandra Carraro morreu dia 18 de junho, aos 66 anos, de câncer. Solteira, deixa dois filhos, a mãe e dois irmãos.
MARIA STELLA NOGUEIRA
WHITAKER Aos 87, solteira. Quarta (22/6). Cemitério de Congonhas, Jardim Marajoara, São Paulo (SP)