Folha de S.Paulo

Beyoncé lança música e quer ver fãs dançando

‘Break My Soul’ remete à disco music e ao ballroom com ritmo que vai além das dancinhas populariza­das pelo TikTok

- Leonardo Sanchez

A disco music está de volta. Não que Dua Lipa já não tivesse deixado isso claro com o badalado álbum “Future Nostalgia”, ou Lizzo com “About Damn Time”, mas agora é Beyoncé, uma das maiores artistas da música pop, quem orquestra a retomada, com “Break My Soul”, música que lançou na madrugada desta terça.

Primeiro single do disco “Renaissanc­e”, ele é como um pedido para que os fãs se joguem na pista de dança —algo que estavam loucos para fazer, seja pela memória dura e recente da Covid, seja pela espera de seis anos por um novo álbum solo de estúdio da diva pop.

Com sua batida constante e marcante, “Break My Soul” — algo como quebrar a minha alma— dá um chega para lá nas dancinhas comerciais de TikTok e convida os ouvintes a se entregarem ao ritmo de forma livre e espontânea, como lembrou a ex-BBB e fã Camilla de Lucas nas redes sociais.

Não é difícil imaginar a faixa tocando numa festa de disco, ou em meio à cena ballroom dos anos 1980 e 1990, ou numa balada da rua Augusta. É uma canção feita sob medida para a performanc­e, com tom celebratór­io, mas nem por isso menos potente —falamos, afinal, de uma cantora que lançou por último “Lemonade”, disco pautado pela vivência dos negros americanos, especialme­nte das mulheres.

A nova letra de Queen B, como o ritmo sugere, também fala em se libertar de amarras —“eu acabei de me apaixonar, e eu acabei de deixar meu emprego”, canta já no começo. “Estou procurando uma nova base, estou numa nova vibração, estou construind­o minha própria base”, continua, antes de dizer, como num mantra, para que os ouvintes liberem a raiva, o estresse, o amor, a mente.

Em “Break My Soul”, Beyoncé fala diretament­e com seu público mais fiel, os millennial­s, aqueles que a ouvem desde o comecinho dos anos 2000, desde os tempos de Destiny’s Child. Hoje, eles levam às rodas de conversa temas como burnout, a frustração com o clima político, a urgência pela representa­tividade e um sentimento de nostalgia, de volta a um passado mais simples e menos conectado.

É por isso que ela busca motivação e é por isso que vai construir sua própria base, em busca de salvação, como entoa na nova faixa. E deixa claro, a toda hora que “você não vai quebrar a minha alma”.

“Break My Soul” marca mais uma parceria entre Beyoncé e Tricky Stewart e The-Dream, time que também produziu “Single Ladies”, que curiosamen­te antecipou a onda de passinhos do TikTok com seus “oh, oh, ohs” dançantes e mãozinhas em busca de um anel.

O disco “Renaissanc­e”, que já pode ser considerad­o um dos maiores do ano, tamanho é o* impacto do furacão Beyoncé, será lançado no dia 29 de julho. De acordo com rumores, ele será uma mistura de dance music e faixas com influência do country. Pouco foi divulgado até agora, mas o lançamento de “Break My Soul” indica que o disco será dividido —a faixa recém-lançada, afinal, compõe o “primeiro ato”.

Desde “Lemonade”, os fãs puderam ouvir Beyoncé em outros álbuns, que não eram solo ou de estúdio. Ela fez parcerias com o marido, Jay-Z, e gravou seu show no Coachella, em “Homecoming”. Ela também criou para “O Rei Leão”.

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Divulgação Beyoncé na capa do novo single ‘Break My Soul’, faixa do álbum ‘Renaissanc­e’, com lançamento marcado para o mês que vem, rompendo um hiato de seis anos de discos solo da diva

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