Entenda as suspeitas sobre o caso do ‘balcão de negócios’ do MEC
Como tudo começou
• Milton Ribeiro se tornou alvo de grande pressão após a revelação de indícios de um esquema informal de obtenção de verbas envolvendo dois pastores sem cargo público
• Prefeitos apontam que uma espécie de balcão de negócios no MEC seria operado pelos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, ligados a Bolsonaro e também presos nesta quarta (22), e priorizava a liberação de valores para gestores próximos a eles e a prefeituras indicadas pelo centrão
• Os pastores Gilmar e Arilton vinham, ao menos desde jan.2021, negociando com prefeituras liberação de recursos federais para obras de creches, escolas, quadras ou para compra de equipamentos de tecnologia. Prefeitos relataram pedidos de propina, até em ouro.
O que provocou a pressão política para a demissão de Milton Ribeiro no MEC?
• A situação do então ministro se agravou a partir de21 de março deste ano, após a revelação pela Folha de áudio em que ele afirma que o governo priorizava prefeituras cujos pedidos de liberação de verba foram negociados pelos pastores Gilmar e Arilton
• Na gravação, o ministro diz ainda que isso atendia a uma solicitação de Bolsonaro e mencionava pedidos de apoio que seriam supostamente direcionados para construção de igrejas
• “Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do
[pastor] Gilmar”, diz o ministro na conversa obtida pela Folha emque participaram prefeitos e os dois religiosos
Do que são acusados os detidos pela PF?
• Os dois pastores são apontados como lobistas que atuavam no MEC. A ação desta quarta-feira foi batizada de Acesso
Pago e investiga a prática de “tráfico de influência e corrupção para a liberação de recursos públicos” do FNDE
• Com base em documentos, depoimentos e um relatório da
CGU (Controladoria-Geral da União) foram mapeados indícios de crimes na liberação de verbas do fundo. Ao todo, foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão em Goiás,
São Paulo, Pará e
Distrito Federal
• No mandado de prisão de Ribeiro, o juiz Renato Borelli, da 15ª Vara Federal em Brasília, lista os crimes investigados e que podem ter sido cometidos pelo ex-ministro.
• São eles: corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência
Oque dizem as defesas dos envolvidos?
• O advogado do ex-ministro afirmou que tentaria um habeas corpus para libertar seu cliente, sob o argumento de que as suspeitas apontadas para justificar a prisão não são contemporâneas.
• Ele diz também que a razão da prisão preventiva é
“injusta, desmotivada e indiscutivelmente desnecessária”.
• Os pastores também negaram irregularidades