Líderes petistas querem reforço na segurança após sustos na pré-campanha
sÃO pAULO O comando da pré-campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discutiu nesta terça-feira (21) o reforço das medidas de segurança do candidato em ambientes fechados, após dois sustos em pouco mais de um mês.
Não estão descartados o uso de detetores de metais portáteis e as revistas até mesmo em atividades de pequeno porte.
O incidente mais recente aconteceu nesta terça-feira, durante ato de lançamento das diretrizes do programa de governo da chapa de Lula e Geraldo Alckmin (PSB).
O discurso de Lula foi interrompido pelo protesto de um bolsonarista, que, ao lado de dois outros, driblou o esquema de segurança e entrou no evento, restrito a convidados, em um hotel na região dos Jardins, na capital paulista.
Não havia detectores de metal na entrada do espaço, nem os 150 convidados não foram submetidos a revista.
Após passar pelo saguão do hotel e pela barreira de identificação de jornalistas, o trio foi credenciado para acesso ao salão onde o petista, seu vice e dirigentes partidários participavam do lançamento da esboço do plano de governo.
A abordagem do manifestante, que se aproximou de Lula e Alckmin sem ser detido pela segurança, gerou um alerta na cúpula petista.
A necessidade de novos protocolos de segurança foi discutida com o candidato.
Foi a segunda vez que a estrutura de segurança foi burlada. A primeira vez aconteceu no casamento do petista, no dia 18 de maio.
Apesar da exigência de apresentação de um QR Code e de o endereço da união com a socióloga Rosângela da Silva, a Janja, ter sido divulgado no dia da cerimônia, um penetra circulou por pelo menos três horas entre os convidados.
Embora celulares dos convidados tenham sido confiscados à chegada ao local, o desconhecido portava o seu telefone quando foi expulso pelos seguranças.
Incidentes também têm ocorrido fora dos eventos.
No dia 15, apoiadores de Lula foram atingidos por um líquido de forte odor lançado por um drone que sobrevoou os arredores do Unitri (Centro Universitário do Triângulo), onde horas depois Lula se reuniria com o ex-prefeito Alexandre Kalil (PSD).
Bolsonaristas têm feito incursões nas agendas de Lula. No dia 5 de maio, durante viagem a Campinas, cercaram o carro em que o petista deixava um condomínio onde tinha almoçado.
Sempre refratário a esquemas mais ostensivos de segurança, Lula tem sido convencido da necessidade de reforçar sua proteção em eventos públicos e restritos. Para os grandes atos, já há um rígido protocolo. O público é previamente cadastrado pelas delegações de partidos.
Chegando aos estádios e centros de convenções, os participantes são submetidos a detector de metal, passando, em seguida, por uma fila montada segundo ordem alfabética. Identificados, recebem pulseiras de acesso. Nos locais, é proibido o uso de cartazes cujos cabos possam ferir militantes.