painel s.a.
Segundo turno
Diante do cenário mostrado pela nova pesquisa Datafolha, com a polarização consolidada entre Lula e Bolsonaro e a esperança da terceira via ainda mais distante, empresários e altos executivos de grandes companhias começam a dizer que a Faria Lima está se conformando com a possibilidade de vitória do petista. Ainda aborrecido com a estabilidade das pesquisas, o diretor de uma multinacional franze o nariz, ressalvando que a sensação é de insegurança com ambos.
DESEQUILÍBRIO Para outro alto executivo, o motivo do humor atual são os recentes sinais enviados por Lula, que adoçaram seu programa de governo para o empresariado, especialmente o recuo na proposta de revogação da reforma trabalhista. Bolsonaro, por outro lado, emitiu mensagens desagradáveis com as investidas sobre a Petrobras.
PALANQUE Segundo o Datafolha desta semana, o petista foi de 20% para 27% entre empresários na pesquisa espontânea com relação ao levantamento de maio. Bolsonaro, por sua vez, aparece numericamente com menos sete pontos entre os empresários, embora ainda lidere com certa folga neste grupo com 42%.
NOVOS RUMOS O banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, disse ter ficado surpreso no dia em que a Eletrobras foi privatizada porque não viu grandes manifestações contra a operação. Para ele, a sociedade está evoluindo no debate sobre as desestatizações.
À VENDA No fórum do Lide, nesta sexta (24), Esteves disse não acreditar em privatização da Petrobras neste ano. “Acho até que na cabeça do novo ministro de Energia tem essa intenção, mas acho que não vai acontecer nada”, disse.
TALHER O setor de restaurantes deve entrar na Justiça para pedir os benefícios fiscais do Perse (programa de recuperação do setor de eventos). A lei de 2021 prevê que as empresas poderão ter isenção dos tributos federais (PIS, Cofins, IRPJ e CSLL) por cinco anos.
PRAZO Uma portaria da PGFN (Procuradoria-geral da Fazenda Nacional) limitou o benefício a quem tinha inscrição no Cadastur até a data da publicação da lei, em maio de 2021.
CARDÁPIO Fernando Blower, diretor da ANR (associação de restaurantes), diz que a barreira não tem amparo legal. “A resolução criou uma limitação temporal ao direito que a lei não previa”, diz. O processo será protocolado nos próximos dias, e a entidade pede ainda uma liminar para que os efeitos da decisão, caso positivos, sejam imediatos.
COMODISMO O publicitário Nizan Guanaes afirmou nesta sexta (24) que o consumidor é um “grande folgado”. O contexto da fala foi um debate sobre o compromisso ambiental para resgatar e valorizar a imagem do Brasil, no Fórum Empresarial do Lide.
CURTIDA Ele diz que não adianta fazer cobrança por ESG no Instagram se o consumo também não for consciente. Para empresários, o publicitário também falou sobre o impacto que o país sofreu com as mortes de Bruno Pereira e Dom Phillips na Amazônia.
MICROFONE Nizan Guanaes também instou o setor privado a fazer um manifesto simbólico sobre o crime. “O Lide, a Faria Lima, os empresários, em todas as suas esferas, têm que cobrar isso, porque cai no colo do Brasil”, disse.
LÃ A desordem da produção, que nos últimos tempos atingiu diferentes indústrias por motivos ligados a guerra, pandemia e inflação, chegou à meia-calça. As versões de fio 40 ou 80, que costumam ter mais procura no inverno, estão em falta em diversas lojas de roupa íntima ou têm em poucas numerações e cores.
NA PONTA DO PÉ Fabricantes dizem que é só um desencontro pontual entre oferta e demanda depois de uma queda no consumo de meia-calça na pandemia, que levou a um ajuste da produção. Em 2022, a procura pelo produto voltou a crescer, exigindo readequação, o que pode causar baixa momentânea nos estoques de franquias, diz a Lupo.
SACOLA O fluxo de consumidores nas lojas físicas do varejo cresceu 30% em maio frente ao mesmo mês em 2021, segundo indicador da SBVC (sociedade de varejo) com a Hipartners. Nos shoppings, o avanço foi semelhante, mas as vendas não acompanharam proporcionalmente.
BOLSO Segundo o indicador, os números ainda estão aquém do pré-pandemia, mas a distância tem se reduzido. O impulso em maio foi puxado pelo Dia das Mães, data que teve alta de 37% ante os outros domingos do mês.