Pantera Negra foragida lança autobiografia
Considerada uma das mulheres mais procuradas de todos os tempos pelo FBI, a polícia federal americana, a militante negra Assata Shakur terá sua autobiografia publicada pela primeira vez no Brasil pela Pallas, dias antes de seu aniversário de 75 anos, em julho.
Liderança do partido dos Panteras Negras e tida como madrinha do rapper Tupac Shakur, a ativista foi condenada em 1973 pelo assassinato de um policial e continua até hoje com status de foragida.
Seu livro de memórias foi lançado nos Estados Unidos em 1988 e chega agora ao país com prefácios de Angela Davis, Lennox Hinds e Ynaê Lopes dos Santos, historiadora brasileira que chama o livro de “materialização do conceito de escrevivência cunhado por Conceição Evaristo”.
Ainda na seara da história antirracista dos Estados Unidos, a Harpercollins publica em agosto uma edição bilíngue do discurso “Eu Tenho um Sonho”, proferido por Martin Luther King em 1963.
O volume, traduzido por Stephanie Borges, terá um prefácio da jovem poeta Amanda Gorman, que arrebatou o público na posse de Joe Biden no ano passado e tem sido editada pela Intrínseca. O lançamento faz parte de um acordo global que tornou a Harpercollins a editora oficial do acervo de King.
Falando nela, a Harpercollins comprou os direitos para publicar “As Crônicas de Nárnia” no Brasil, seguindo o movimento de publicar o restante da obra de C.S. Lewis ao longo dos últimos cinco anos —foram editados 31 títulos e vendidos mais de 1,5 milhão de exemplares.
“Nárnia” vinha sendo editada pela WMF Martins Fontes e sai pela nova casa a partir do segundo semestre. A diretora-executiva Leonora Monnerat ressalta que é a primeira vez que todo o catálogo de Lewis se torna acessível aqui pela mesma editora. O plano é dar ao britânico um tratamento similar ao de seu amigo J.R.R. Tolkien, alvo de uma série de novas reedições com aparatos de colecionador.
Eliete Negreiros, cantora e doutora em filosofia, publica a compilação de artigos “Amor à Música” pelas Edições Sesc na Bienal do Livro. A autora mistura conhecimento técnico a apreciações pessoais para analisar músicos como John Coltrane e Nara Leão até artistas como Julio Cortázar e Rogério Sganzerla.
Os lançamentos sobre Mário de Andrade ainda não dão sinais de arrefecer. O professor Luiz Roberto Alves, da Universidade de São Paulo, lança “Administrar via Cultura” pela Alameda, um raio-x do trabalho pioneiro dos modernistas no Departamento de Cultura de São Paulo.