Relembre outras interferências de Bolsonaro
POLÍCIA FEDERAL Moro
• Em 27 de abril de 2020, três dias depois de Sergio Moro pedir demissão do Ministério da Justiça e Segurança Pública, o STF abriu apuração sobre a veracidade das acusações do ex-juiz
• O inquérito investigou se Bolsonaro violou a autonomia da PF. Segundo Moro, o titular do Planalto queria ter acesso a informações e relatórios confidenciais
• Em março, a PF encerrou o inquérito e concluiu não haver indícios de que Bolsonaro interferiu para proteger aliados e familiares ao trocar o comando do órgão
Superintendente
• Em 2019, Bolsonaro também avançou sobre decisões internas da PF ao se antecipar à corporação e anunciar a substituição do então superintendente do órgão no Rio de Janeiro, Ricardo Saadi. O presidente tomar a dianteira em comunicados do tipo foi algo inédito
• A instituição divulgou nota afirmando que Saadi seria substituído por Carlos Henrique Oliveira, mas Bolsonaro disse ter acertado previamente que o cargo seria ocupado pelo superintendente da PF no estado do Amazonas, Alexandre Silva Saraiva
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA Weintraub
• O Ministério da Justiça foi mobilizado para entrar com um habeas corpus em favor do ex-ministro da Educação Abraham Weintraub, intimado pelo STF para explicar ataques feitos à corte por ele
• A petição, assinada pelo então ministro da Justiça, André Mendonça, foi considerada algo inusual, já que a tarefa, em tese, caberia à AGU ou a um advogado pessoal
Conselho
• Ainda na gestão Moro na pasta, um dos primeiros focos de tensão do então ministro com o presidente se deu em torno da nomeação da especialista em segurança pública Ilona Szabó como suplente do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, em 2019
• Moro teve que recuar da escolha após campanha de bolsonaristas nas redes sociais. Os apoiadores lembraram que ela, além de divergir de Bolsonaro em temas como armamento e política de drogas, havia se posicionado contra o então candidato na campanha
RECEITA Pressões
• Os sinais de interferência do Planalto na Receita Federal, sobretudo no Rio de Janeiro, começaram em 2019. As pressões se referem principalmente à troca de servidores em postos de comando do órgão
• Em meio a apurações que atingem autoridades e também familiares e pessoas próximas a Bolsonaro, um subsecretário-geral do posto fluminense chegou a ser substituído por se posicionar de forma contrária às intervenções
• Questionado na época sobre as ingerências na Receita e na PF, o presidente afirmou: “Está interferindo? Ora, eu fui [eleito] presidente para interferir mesmo”