‘Enfraquecido’, G7 não previu ‘economias ocidentais expostas’
No alto da Bloomberg, com a foto oficial, “Vista deslumbrante de montanha não esconde humor sombrio entre líderes do G7”. Resulta sobretudo da inflação que “ruge”, mas também da “ansiedade com popularidade de Biden”.
Os líderes “lutam com aumento de energia e alimentos”, enquanto “os cofres de Putin continuam a engordar”. Logo abaixo, sobre a proposta americana de um “teto para o preço do petróleo”, a Bloomberg diz que “é pura fantasia”.
Nos jornais americanos, a atenção foi menor, mas o humor era o mesmo. No Wall Street Journal, “Líderes do G7 enfraquecidos por inflação e impaciência em seus países”.
Ressalta que “as consequências da guerra econômica com a Rússia começam a doer”, já com “reveses” políticos, inclusive Biden. “Mas as condições na Europa são piores”, sobretudo na Alemanha, diz o WSJ.
O New York Times deu a chamada “Países ocidentais enfrentam dificuldades crescentes, enquanto sanções têm pouco impacto na Rússia”. Os líderes “não esperavam”, não tinham “projetado as economias ocidentais tão expostas”.
Depois o jornal se voltou para o alerta de que a “corrida para substituir os combustíveis fósseis russos” está vitimando a luta contra a mudança do clima, com “ressurgimento” de carvão, petróleo e gás. Também o WSJ ressaltou que o movimento ocidental ameaça as metas assumidas.
As duas publicações reagiam à proposta da Alemanha ao G7, noticiada na Bloomberg, para o grupo suspender o compromisso de não financiar projetos de combustível fóssil no exterior. Se passar, diz o NYT, “vai ficar difícil persuadir o resto do mundo”.
O governo alemão já voltou a financiar combustível fóssil na África, “violando seu próprio compromisso”, além de subsidiar gasolina e estender o uso de geradores a carvão —estimulando outros europeus a fazer o mesmo, como Holanda, Áustria e Itália.
ESQUERDA ESCONDIDA
Nos jornais alemães, a virada de seu governo tem menos atenção. O Süddeutsche Zeitung, da região onde ocorre a cúpula do G7, noticiou que os protestos caíram em relação à edição anterior no país, sete anos atrás. “A baixa participação se deve aos dois partidos do governo”, social-democratas e verdes, que desta vez “se escondem”.