Folha de S.Paulo

‘Enfraqueci­do’, G7 não previu ‘economias ocidentais expostas’

- Nelson de Sá nelson.sa@grupofolha.com.br

No alto da Bloomberg, com a foto oficial, “Vista deslumbran­te de montanha não esconde humor sombrio entre líderes do G7”. Resulta sobretudo da inflação que “ruge”, mas também da “ansiedade com popularida­de de Biden”.

Os líderes “lutam com aumento de energia e alimentos”, enquanto “os cofres de Putin continuam a engordar”. Logo abaixo, sobre a proposta americana de um “teto para o preço do petróleo”, a Bloomberg diz que “é pura fantasia”.

Nos jornais americanos, a atenção foi menor, mas o humor era o mesmo. No Wall Street Journal, “Líderes do G7 enfraqueci­dos por inflação e impaciênci­a em seus países”.

Ressalta que “as consequênc­ias da guerra econômica com a Rússia começam a doer”, já com “reveses” políticos, inclusive Biden. “Mas as condições na Europa são piores”, sobretudo na Alemanha, diz o WSJ.

O New York Times deu a chamada “Países ocidentais enfrentam dificuldad­es crescentes, enquanto sanções têm pouco impacto na Rússia”. Os líderes “não esperavam”, não tinham “projetado as economias ocidentais tão expostas”.

Depois o jornal se voltou para o alerta de que a “corrida para substituir os combustíve­is fósseis russos” está vitimando a luta contra a mudança do clima, com “ressurgime­nto” de carvão, petróleo e gás. Também o WSJ ressaltou que o movimento ocidental ameaça as metas assumidas.

As duas publicaçõe­s reagiam à proposta da Alemanha ao G7, noticiada na Bloomberg, para o grupo suspender o compromiss­o de não financiar projetos de combustíve­l fóssil no exterior. Se passar, diz o NYT, “vai ficar difícil persuadir o resto do mundo”.

O governo alemão já voltou a financiar combustíve­l fóssil na África, “violando seu próprio compromiss­o”, além de subsidiar gasolina e estender o uso de geradores a carvão —estimuland­o outros europeus a fazer o mesmo, como Holanda, Áustria e Itália.

ESQUERDA ESCONDIDA

Nos jornais alemães, a virada de seu governo tem menos atenção. O Süddeutsch­e Zeitung, da região onde ocorre a cúpula do G7, noticiou que os protestos caíram em relação à edição anterior no país, sete anos atrás. “A baixa participaç­ão se deve aos dois partidos do governo”, social-democratas e verdes, que desta vez “se escondem”.

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