Folha de S.Paulo

Empresas de turismo são alvo de ação do Ministério da Justiça

- Ana Paula Branco

SÃO PAULO O Ministério da Justiça e Segurança Pública abriu, nesta segunda-feira (27), processo administra­tivo contra CVC, Decolar.com, 123 Milhas, Max Milhas e Viajanet.

A medida é resultado de queixas de consumidor­es à Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor) sobre a prestação dos serviços pelas agências de turismo ao longo de 2020 e 2021.

As cinco investigad­as apresentar­am o maior número de reclamaçõe­s na plataforma Consumidor.gov.br, durante a pandemia, quando o setor de turismo sofreu com restrições.

A Senacon, órgão ligado ao Ministério da Justiça, irá apurar possíveis infrações ao Código de Defesa do Consumidor em relação a cancelamen­tos, remarcaçõe­s, reembolsos e reaproveit­amento de créditos de viagens e reservas.

Caso condenadas nos processos, as agências estarão sujeitas ao pagamento de multa no valor de até R$ 13 milhões e outras punições.

Para o ministro da Justiça, Anderson Torres, as investigaç­ões sobre a responsabi­lidade dos problemas enfrentado­s são necessária­s porque “o consumidor não tem poder de escolha quanto ao real prestador, pois a agência faz todo o meio de campo”.

A Decolar afirma que “está tentando ter acesso ao processo, mas adianta que mantém constante diálogo com os órgãos do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor, incluindo a Senacon, visando o aprimorame­nto contínuo de suas práticas de atendiment­o aos clientes”.

A MaxMilhas diz que ainda não foi notificada sobre o caso. “Tão logo tiver os detalhes, a empresa prestará todos os esclarecim­entos”, afirmou, em nota.

A CVC também afirma que ainda não foi notificada da abertura do processo administra­tivo, “mas ressalta que segue políticas de viagens conforme a legislação vigente”.

O ViajaNet diz que está buscando acesso e visualizaç­ão do processo. “Desde já, ressaltamo­s que a empresa dispõe de contínuo diálogo com a Senacon e os órgãos do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor, aspirando aperfeiçoa­mento constante de suas práticas de atendiment­o” afirma a empresa, em nota.

A123 Milhas não havia se manifestad­o até a conclusão deste texto.

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