Alckmin é ‘posto Ipiranga’ de Lula ao falar com empresários
Ex-tucano faz análise macroeconômica e relata propostas para ‘reconstruir país’
Rio de JaneiRo O ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) tem figurado como um avalista do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a série de jantares com empresários.
Foi o que, segundo relatos, aconteceu na noite de terça-feira (28), quando Alckmin ficou responsável pela análise macroeconômica e as propostas de “reconstrução do país”.
No encontro com empresários, entre eles Carlos Sanchez (EMS), Candido Pinheiro (Hapvida), João Camargo (Esfera) e Pedro Silveira (exXP), Lula lembrou as vitórias de Alckmin no estado de São Paulo e disse que um está aprendendo com o outro, segundo participantes.
Ainda segundo presentes, Lula prometeu a soma da experiência dos dois para a recuperação econômica do Brasil.
Nesta quarta-feira (29), durante entrevista a uma rádio de Piracicaba, Lula voltou a realçar o papel do vice em um eventual governo seu. Disse, por exemplo, que ninguém cuidou da questão do etanol como os dois, quando ele era presidente, e Alckmin, governador.
“Qual é a vantagem minha e do Alckmin? É que já sabemos sentar na cadeira”, disse.
Na véspera, também nesse jantar organizado pelos advogados Marco Aurélio Carvalho, Pierpaolo Bottini e Sérgio Renault, Lula comparou sua aliança com o exgovernador como um casal prestes a completar bodas.
Ao assumir a palavra, Alckmin disse aos empresários que Lula sempre foi um homem de diálogo, conciliador e agregador.
Citando muitas cifras e dados, Alckmin apresentou as políticas sociais e econômicas de FHC e Lula como uma progressão, atendendo a metas de inflação, fazendo superavit e reduzindo a dívida.
O ex-tucano fez uma análise dessa evolução do governo FHC para Lula até chegar à valorização do salário mínimo na gestão do petista.
Sentado em uma poltrona ao lado de Lula, ele chegou a tocar na perna do petista enquanto falava, descrevem os participantes.
Já o ex-presidente disse aos empresários que eles sabem como foi implementada a política econômica em seu governo. Descartou ainda surpresas em caso de vitória nas próximas eleições.
Lula disse que sempre deixou e deixará as portas abertas ao empresariado, além de para os pobres. O ex-presidente defendeu a necessidade de um pacto contra a miséria.
Ainda segundo participantes, o petista disse aos empresários que não quer tirar nada de ninguém, mas que o Brasil não pode ser só para uns. Nas rodas de conversa, Lula falou na retomada da credibilidade para atração de investimento estrangeiros.
Antes, no discurso, ele disse que o presidente Jair Bolsonaro (PL) parece ser de plástico por não derramar uma lágrima diante das vítimas da Covid e desastres naturais.
No jantar, baseado na culinária portuguesa, Lula esteve acompanhado da mulher, Janja, do ex-ministro Aloizio Mercadante, do deputado estadual Emidio de Souza e do futuro tesoureiro da campanha, o deputado Marcio Macedo (SE).
Gabriel Galípolo, economista e conselheiro de Lula, também participou do encontro.
Um dos organizadores do jantar, Marco Aurélio Carvalho pediu que os convidados entregassem os celulares à chegada.
Segundo organizadores, a lista de convidados incluía um dos maiores produtores de plástico do mundo, que teve que cancelar a presença após ser diagnosticado com Covid.
Lula deverá falar à Fiesp na semana que vem. Há ainda a previsão de encontros com empresários do setor do agronegócio no início de julho.