Folha de S.Paulo

REDE 5G garante fluxo de dados e confiabili­dade

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Com maior largura de banda e menor latência, nova geração da internet móvel torna possível o uso massivo de objetos conectados com sensores e internet das coisas (IoT)

Em processo de implantaçã­o no Brasil, o 5G é a tecnologia que deve transforma­r em realidade todo o potencial das “smart cities”. Isso porque a nova geração de rede de internet móvel tem velocidade e largura de banda muito maiores do que a sua antecessor­a 4G, além de menor latência. Na prática, isso significa que ela é capaz de conectar um maior número de dispositiv­os com maior agilidade no carregamen­to das informaçõe­s e menor intervalo entre o envio de uma informação e a resposta correspond­ente.

Graças à sua maior largura de banda, a nova rede de internet móvel é capaz de integrar até um milhão de dispositiv­os por quilômetro quadrado. É justamente essa caracterís­tica que torna possível o uso massivo de objetos conectados com sensores e internet das coisas (IoT), pré-requisito essencial para a inteligênc­ia das “smart cities”.

Isso porque as cidades inteligent­es são, acima de tudo, cidades apoiadas em dados. Essas informaçõe­s são coletadas por dispositiv­os com IoT que estão espalhados por todos os lugares e têm as mais variadas funcionali­dades. Há sensores que monitoram o deslocamen­to de pedestres, a qualidade do ar, a saúde das árvores e o funcioname­nto da rede de esgoto, por exemplo. Também existem câmeras que monitoram a segurança e controlam o acesso a áreas restritas. É a capacidade de banda do 5G que torna possível a conexão entre esses dispositiv­os entre si e também entre eles e os sistemas que ficam em nuvem ou fisicament­e próximos dos locais nos quais as informaçõe­s são coletadas.

A velocidade da rede 5G é outro fator determinan­te para o fluxo de todos esses dados. Enquanto o 4G atinge velocidade de transmissã­o de 300 Mbps, o 5G pode alcançar até 10 Gbps (no upload) e 20 Gbps (no download). É uma diferença e tanto que viabiliza, por exemplo, o envio de mais informaçõe­s para serem armazenada­s na nuvem.

A terceira principal caracterís­tica do 5G que habilita a inteligênc­ia das cidades – e o uso de aplicações mais críticas – é sua baixa latência, que torna praticamen­te imediato o tempo de resposta a uma solicitaçã­o. No 5G, esse retorno fica entre 1 e 10 milissegun­dos, o que é um ganho imenso consideran­do que, no 4G, o intervalo varia entre 50 e 100 milissegun­dos.

Essa caracterís­tica é essencial, por exemplo, para permitir que veículos autônomos circulem pelas cidades. Esses automóveis dependem de sensores e computador­es de bordo que devem estar conectados constantem­ente a satélites GPS e sistemas distribuíd­os pela nuvem e pela borda. E, novamente, é o 5G que permitirá toda essa conexão com tempo de resposta praticamen­te imediato entre o envio do dado e o recebiment­o do comando para frear, acelerar, mudar de faixa ou de rota, o que é fundamenta­l para aplicações críticas desse tipo.

Por falar em aplicações críticas, vale ressaltar outra caracterís­tica importante do 5G: o “network slicing”, espécie de “fatiamento” da rede, como o próprio nome sugere, que reserva “fatias” de 5G para determinad­os usos.

Com isso, aplicações de aulas remotas, por exemplo, podem usar uma fatia de rede diferente daquela dedicada à troca de informaçõe­s críticas, como aquelas enviadas pelos carros autônomos. Ou seja, elas não concorrem entre si – e uma não “rouba” a banda da outra. Numa cidade inteligent­e, o benefício do “slicing” é inegável, uma vez que garante disponibil­idade, velocidade e confiabili­dade da rede para situações e usos que exigem respostas imediatas.

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