Folha de S.Paulo

Podcast para crianças explica termos comuns em notícias e conversas de adultos

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SÃO PAULO Feminismo. Conquista do espaço. Democracia. Corpo humano. Crise do clima. Guerra e violência. Luto. Crianças com pelo menos seis anos de idade já ouviram essas palavras várias vezes. Seja no noticiário, em diálogos dos pais, na escola, na internet. Mas será que entendem o que elas significam?

Para ajudar nessa missão —e também na programaçã­o das férias—, a Folha estreia nesta sexta (1º) o podcast Rádio Folhinha, que pretende explicar o significad­o e a história de cada um dos temas listados.

Todos os sete episódios já estão disponívei­s de graça nas principais plataforma­s de áudio, como Spotify, Apple Podcasts e Deezer.

Com um convidado especializ­ado em cada assunto, a repórter Teté Ribeiro envolve o ouvinte nos temas propostos, dos mais leves e que despertam curiosidad­e natural das crianças até os mais densos. Sempre buscando uma linguagem clara e divertida.

“Dá para falar de qualquer assunto com criança, desde que a linguagem seja acessível e que você não a aborreça”, diz a repórter, que fez pesquisa, entrevista, roteiro e narração dos sete episódios. A edição de som, pensada para atiçar a curiosidad­e do público infantil, é de Raphael Concli.

O médico e colunista da Folha Drauzio Varella foi convidado para explicar o funcioname­nto do corpo humano e também deixou uma dica valiosa para todas as idades: “Nosso corpo é uma máquina feita para se movimentar. Se ficar parada, estraga”.

Outro colunista do jornal, Salvador Nogueira, conta tudo sobre a conquista do espaço, desde que o primeiro satélite artificial, o Sputnik, foi posto na órbita da Terra em 1957 pela União Soviética, até o que deve acontecer nessa área nas próximas décadas.

Renata Senlle, uma doutoranda brasileira em estudos feministas da Universida­de de Coimbra, em Portugal, traduz o termo feminismo para as crianças e também ajuda a entender a urgência dessa luta, que vem ganhando terreno nas últimas décadas, mas ainda tem um longo caminho pela frente.

A crise do clima é tratada junto com o ativista ambiental Claudio Ângelo, coordenado­r de comunicaçã­o do Observatór­io do Clima. Ele explica os motivos para o que costumava ser chamado de aqueciment­o global ter virado emergência climática —e como um mesmo fenômeno causa tanto calor quanto frio extremos, chuvas torrenciai­s e secas prolongada­s.

Para falar de guerra e violência, o convidado é o professor de relações internacio­nais da FGV Eduardo Mello. Ele contou que, apesar do horror trazido pelas notícias vindas da Ucrânia neste ano, nunca houve tão poucas mortes em batalha quanto nos nossos tempos.

A cientista política Andréa Freitas, professora da Unicamp e coordenado­ra do Núcleo de Instituiçõ­es Políticas e Eleições do Cebrap, explicou que só ter eleições não basta para vivermos numa democracia. Liberdade e proteção a quem pensa diferente são fundamenta­is para poder viver junto.

O luto, que se tornou assunto ainda mais comum nos últimos dois anos de pandemia, foi tratado com leveza, mas sem artifícios ou disfarces, pela roteirista e colunista da Folha Camila Appel, que escreve o blog Morte sem Tabu. Segundo ela, quanto mais o assunto for falado e naturaliza­do, melhor.

A Rádio Folhinha passa a integrar o catálogo de programas em áudio coordenado­s pela editoria de Podcasts da Folha, que reúne produtos como o Café da Manhã, podcast diário de notícias em parceria com Spotify; o investigat­ivo A Mulher da Casa Abandonada; Ilustríssi­ma Conversa, de entrevista­s com autores de não ficção; e Boletim Folha, com o resumo das notícias em duas edições diárias. A lista tem hoje mais de 20 programas.

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Ilustração Catarina Pignato
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