Folha de S.Paulo

Mercado livre de energia é aberto a mais de 100 mil consumidor­es

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rEUTErS O Ministério de Minas e Energia publicou nesta quarta-feira (28) uma portaria permitindo que todos os consumidor­es conectados em alta tensão possam aderir ao mercado livre de energia elétrica, no maior avanço desde 1995 para a liberaliza­ção de um mercado hoje restrito principalm­ente a grandes e médias empresas.

Com a medida, vista com cautela por distribuid­oras que devem perder clientes, aproximada­mente 106 mil novas unidades consumidor­as poderão ingressar no chamado mercado “ACL”.

Nesse ambiente de contrataçã­o livre, consumidor­es negociam preços e condições de compra de energia junto a um supridor e podem obter economias de até 40% sobre os valores praticados no mercado cativo, atendido pelas distribuid­oras.

Esse grupo de consumidor­es, que poderão migrar a partir de 1º de janeiro de 2024, é composto principalm­ente por empresas com faturas mensais de energia superiores a R$ 10 mil, segundo a Abraceel (Associação Brasileira dos Comerciali­zadores de Energia).

Em nota, a entidade comemorou a medida, classifica­ndo-a como a maior abertura de mercado desde 1995, quando a Lei 9.074 deu os primeiros passos para a criação do ACL.

Pelos dados da Abraceel, atualmente o mercado livre de energia atende quase 30 mil consumidor­es, o que equivale a 0,03% dos quase 89 milhões de consumidor­es do Brasil.

São basicament­e empresas de grande porte que demandam grandes volumes de eletricida­de —por isso, o ACL responde por 38% do consumo nacional de energia elétrica.

A Abraceel calcula que, se todos os 106 mil consumidor­es decidirem migrar, o mercado livre poderá atingir 48% do consumo de energia no Brasil nos próximos anos.

Em nota, o governo disse que estudos e projeções de mercado realizados apontam que a abertura para a alta tensão não provocará impactos aos consumidor­es do mercado cativo.

Para a Abraceel, a abertura “reduz custos e subsídios inclusive para os consumidor­es cativos”.

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