Folha de S.Paulo

Novo cinema de rua de SP, Cine LT3 tenta criar um clima retrô

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“Acordei um dia e decidi montar um cinema.” Foi assim que o produtor paulistano Carlos Costa diz que deu o ponta pé para abrir o Cine LT3, em julho, mais novo cinema de rua de São Paulo.

Ao lado da mulher, a dentista Diane Oliveira, eles cuidam de tudo no endereço, que fica em Perdizes, na região oeste. Recebem os cinéfilos, vendem os ingressos, preparam a pipoca e ajeitam a projeção dos filmes nas sessões.

“Achei que a parte mais difícil seria construir o cinema, mas essa foi a mais tranquila. O desafio é trazer público”, diz Costa, que nasceu no bairro e montou o espaço no térreo de um prédio que abriga o estúdio de fotografia e vídeo que ele comanda há dez anos, também chamado LT3.

A sala tem capacidade para 40 pessoas e poltronas vermelhas compradas de um cinema desativado em Franca, no interior paulista, o que dá um certo clima retrô ao local.

Embora o local fuja dos luxos, a qualidade da projeção e do som receberam investimen­to. As exibições são feitas digitalmen­te em uma tela de cinco metros de compriment­o por três metros de altura, com sistema de som Dolby 7.2.

Na programaçã­o, estão filmes do circuito comercial. A ideia é priorizar longas brasileiro­s e produções que não conseguem espaço nas redes. “A gente não vai trazer os blockbuste­rs que estão no shopping”, afirma Costa.

O Cine LT3 funciona apenas de quinta a domingo. São três sessões diárias —aos fins de semana, há mais uma projeção, às 14h, para crianças.

A partir desta quinta, dia 29, podem ser vistos “Desterro”, “O Livro dos Prazeres”, “Amantes” e “Tromba Trem”.

Os ingressos custam R$ 20 e podem ser comprados na hora ou reservados pelo WhatsApp. Há ainda um pacote de dez ingressos por R$ 100, que pode ser usado para qualquer filme, dia e horário. Para acompanhar, há pipocas (R$ 6), refrigeran­tes e água.

Lembrando cinemas antigos e o ambiente de uma locadora, a decoração é formada principalm­ente por pôsteres do que está em cartaz. Um aviso na porta chama a atenção: “Aqui é um cinema? Sim!”.

O local surge junto ao fechamento das salas da rede Playarte e da ameaça do fim do anexo do Espaço Itaú de Cinema da rua Augusta. Mas não é um nascimento isolado.

Diferentes cinemas de rua foram abertos ou ressurgira­m em São Paulo nos últimos meses, como o Cine Marquise, o Cine Bijou e o Cineclube Cortina, todos no centro.

Cine LT3

R. Apinajés, 135, Perdizes, região oeste, cinelt3.com.br. De qui. a dom.

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Marcelo Scandura Poli/Divulgação Sala do espaço, que tem 40 lugares

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