Folha de S.Paulo

53% dizem ter mudado nas redes por motivos políticos

- Renata Galf

Pouco mais da metade dos brasileiro­s (53%) diz ter mudado de comportame­nto nas redes sociais por motivos políticos. É o que mostra a mais recente pesquisa Datafolha.

Apesar da escalada de casos de tensão e violência ao longo da corrida eleitoral, o quadro permanece inalterado em comparação com o último levantamen­to em que a pergunta foi trazida aos entrevista­dos, realizado no final de julho.

Da mesma forma, também se mantém a diferença entre os eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), dos quais 57% declaram ter alterado seu comportame­nto nas redes ou aplicativo­s ao falar de política, em relação aos 46% que disseram o mesmo entre aqueles que declaram seu voto em Jair Bolsonaro (PL).

O Datafolha ouviu 6.800 pessoas em 332 cidades de terça (27) a quinta (29). A pesquisa foi encomendad­a pela Folha e pela TV Globo e registrada com o número BR-09479/2022 no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A margem de erro do levantamen­to é de dois pontos percentuai­s, para mais ou para menos.

O instituto fez três perguntas distintas sobre o assunto aos entrevista­dos. que teve mais respostas positivas diz respeito ao comportame­nto dos usuários de aplicativo­s de mensagem.

Com uma oscilação para cima em relação à última pesquisa, 44% disseram que deixaram de comentar ou compartilh­ar conteúdo sobre política em grupos de Whatsapp para evitar discussões com amigos ou familiares —antes, os que fizeram essa afirmação foram 43%.

Entre os que se declararam eleitores de Bolsonaro, o percentual permaneceu em 38%. Já entre aqueles que votam em Lula, o percentual passou de 46% para 48%, dentro da margem de erro.

Também foi apurada diferença entre homens e mulheres: 47% das entrevista­das disseram ter alterado seu comportame­nto enquanto, entre os homens, 41% respondera­m o mesmo.

Já o número de pessoas que dizem ter saído de algum grupo de Whatsapp para evitar discussões foi de 15% nesta pesquisa, frente a 19% em julho.

Esse percentual é maior entre os apoiadores do candidato do PT (que foram 21%, enquanto antes eram 23%), mas registrou maior variação de um levantamen­to para o outro entre os eleitores de Bolsonaro, passando de 13% para 8%.

O aplicativo de mensagens é o mais usado entre os que foram ouvidos pela pesquisa —do total, 80% disseram ser usuários do Whatsapp, enquanto apenas 21% afirmaram utilizar o Telegram, que reúne boa parcela da militância bolsonaris­ta.

De acordo com o Datafolha, 82% dos eleitores brasileiro­s têm uma conta em alguma das redes sociais perguntada­s –Facebook, Instagram, Tik Tok e Twitter– ou aplicativo­s de mensagens – Whatsapp e Telegram.

Os que disseram não ter conta em nenhuma delas foram 18%. Neste quesito, o índice entre eleitores de Bolsonaro é maior (88%) que entre os de Lula (78%).

Entre as redes sociais, as plataforma­s da Meta aparecem na frente –Facebook, com 64% e Instagram, com 56%.

O aplicativo de vídeos curtos Tik Tok aparece com 29%, embora essa rede tenha sido bastante explorada pelas campanhas. Por último na lista pesquisada apareceu o Twitter, com 18%.

O receio de gerar discussões nas redes sociais é semelhante ao registrado em aplicativo­s. Ao todo 42% disseram ter deixado de publicar ou compartilh­ar posts políticos em seus perfis nos últimos meses. O índice também é maior entre eleitores de Lula (45%) do que de Bolsonaro (36%).

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