Folha de S.Paulo

Soraya Thronicke enfrentou ‘padre de festa junina’

- Danielle Brant

Presidenci­ável do União Brasil, partido detentor de R$ 758 milhões do fundo eleitoral, a senadora Soraya Thronicke (MS) encerra sua participaç­ão nas eleições deixando para trás o papel de substituta de Luciano Bivar na disputa ao Planalto e se destacando por embates com Jair Bolsonaro (PL) em debates.

A candidata participou de umacorrida­naqualfica­rampelo caminho nomes como o do ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB), o ex-ministro da Justiça e ex-juiz Sergio Moro (União Brasil), o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (União Brasil) e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), além do deputado federal André Janones (Avante), hoje aliado de Lula (PT).

Integrante do pelotão que não superou 2% das intenções de voto, a candidata ainda assim conseguiu atrair alguns holofotes. No debate presidenci­al organizado pela TV Globo, Soraya foi protagonis­ta de momentos que viralizara­m nas redes, a maior parte dos quais com o Padre Kelmon como antagonist­a.

No embate, chamou o rival de cabo eleitoral de Bolsonaro e de “padre de festa junina”. Também errou o nome dele. “[Perguntare­i] ao Padre Kelson. Kelvin? Candidato Padre. Gostaria de perguntar para o senhor para quantas pessoas durante a pandemia o senhor deu a extrema-unção”, disse, em certo momento.

Antes, no debate transmitid­o na Band, chamou Bolsonaro de “tchutchuca com outros homens”, mas tigrão com as mulheres. “E digo mais: lá no meu estado tem mulher que vira onça, e eu sou uma delas.”

Noeventoex­ibidonosbt,fez referência­s veladas à aquisição de leite condensado, viagra e próteses penianas pelo Exército para atacar Bolsonaro.

Nas inserções de TV e rádio, Soraya explorou a proposta de reforma tributária. Na campanha, cancelou eventos sob o argumento de falta de dinheiro, ainda que tenha recebido da União Brasil R$ 34,2 milhões, mais do que Ciro (R$ 33,3 milhões) e Bolsonaro (R$ 18 milhões) receberam de PDT e PL, respectiva­mente.

Padre Kelmon, que recebeu R$ 1,54 milhão do PTB, viveu uma situação bem diferente. Ele entrou na disputa depois de o TSE negar o registro de candidatur­a de Roberto Jefferson (PTB), condenado no escândalo do mensalão. Ao lançar seu nome, Jefferson afirmou que sua intenção era dar opção ao eleitor de direita e conter parte dos ataques da esquerda a Bolsonaro.

Candidata Soraya Thronicke, do União Brasil

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Miguel Schincario­l/afp

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