Folha de S.Paulo

Atuou na linha de frente contra a Covid-19

CLAUDIO MARCEL BERDUN STADNIK (1971-2022)

- Patrícia Pasquini coluna.obituario@grupofolha.com.br

Aos 16 anos, Claudio Marcel Berdun Stadnik entrou para a faculdade de medicina na PUC-RS (Pontifícia Universida­de Católica do Rio Grande do Sul). No ano seguinte, ele já era pai.

Essa precocidad­e marcou toda a vida do médico, inclusive em questões de saúde. Com problemas cardíacos desde jovem, ele sofreu um infarto pela primeira vez aos 28 anos e, na quinta (28), morreu aos 51 anos.

Deixa os pais, as filhas, Raissa e Marjorie, os filhos do coração, Bernardo e Rafaela, e um rastro de generosida­de.

Claudio nasceu em Montevidéu, no Uruguai, e viveu no Brasil desde os sete anos —ele se naturalizo­u recentemen­te. A família chegou a morar no estado de São Paulo, antes de se estabelece­r no Rio Grande do Sul.

Formado em 1993, fez residência em clínica médica e infectolog­ia e mestrado em epidemiolo­gia. Depois, fez o doutorado em patologia médica na Universida­de Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre. Claudio trabalhou em vários hospitais, entre eles o Ernesto Dornelles e a Santa Casa de Misericórd­ia de Porto Alegre.

Atualmente, estava no Serviço de Controle de Infecção e no Centro de Pesquisa em Infectolog­ia da Santa Casa, com foco na área de infecções em transplant­es e imunossupr­imidos. O médico atuou na linha de frente no combate à Covid-19. Referência em infectolog­ia, especialme­nte nas áreas de epidemiolo­gia, controle de infecção e Aids, era desde 2008 professor da Universida­de Luterana do Brasil.

A alegria e a gargalhada indicavam, entre outras coisas, o quanto Claudio amava a medicina e a ciência.

“Meu pai estava sempre rindo. Adorava ler e adquirir conhecimen­to. Entendia de filosofia e ética, acreditava que a ciência encontrava as respostas pouco a pouco. Ele tinha respeito e consideraç­ão pelos pacientes. Era cativante em suas relações e apaixonado por tudo o que fazia. Meu pai representa o médico que eu quero ser”, diz Marjorie Stadnik, 33, que estuda medicina inspirada por ele.

Claudio era amigo e professor da filha. “Tivemos uma vida muito proveitosa. Ele me ensinou a ser curiosa e, acima de tudo, correta.”

Nas horas de descanso, Claudio gostava de pilotar sua moto, de videogames de simulação de voo, além de conversar sobre literatura e medicina com Marjorie, ir aos jogos do Internacio­nal com o Bernardo e escutar música com Raissa. “Os dois tinham um ouvido ótimo para músicas e faziam um jogo, no carro, em que tinham que adivinhar os músicas nos primeiros acordes que tocava e ele sempre ganhava”, relata Marjorie.

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