Folha de S.Paulo

VGBL pode render 50% a mais do que fundo de renda fixa

- Michael Viriato Assessor de investimen­tos e sócio fundador da Casa do Investidor

Produtos de previdênci­a privada do tipo VGBL possuem três vantagens em relação a aplicações tradiciona­is de renda fixa como fundos de investimen­to. Vou abordar duas destas vantagens que estão relacionad­as ao aspecto tributário.

Muitas vezes, investidor­es se sentem decepciona­dos com seus produtos de previdênci­a. Isso ocorre, pois estão aplicados em produtos antigos e ruins.

Se esse é o caso, você deve, urgentemen­te, fazer a portabilid­ade para um produto melhor. Assim, vai poder realmente se aproveitar das vantagens que vou mencionar.

A opção de previdênci­a privada Vida Gerador de Benefícios Livres é mais conhecida por sua sigla VGBL. O que diferencia um VGBL de um PGBL é como a tributação ocorre.

Tanto em VGBL quanto em um fundo de investimen­to, a tributação ocorre apenas sobre os ganhos e não sobre o valor investido. Portanto, a comparação dos dois investimen­tos é muito adequada.

Como mencionei, o VGBL possui duas vantagens tributária­s em relação aos fundos de investimen­to de renda fixa.

A primeira é a possibilid­ade de a alíquota de Imposto de Renda ser de apenas 10%. Nos fundos de renda fixa, a menor alíquota de IR possível é de 15% sobre os ganhos.

Esta menor alíquota ocorre apenas se o investidor optou pelo regime tributário definitivo ou regressivo.

Para aplicações de curto a médio prazo, ou seja, até seis anos, o veículo fundo de investimen­to é tributaria­mente superior à previdênci­a privada.

De fato, enquanto em um fundo de investimen­to a alíquota de IR se inicia em 22,5%, no VGBL, a alíquota inicial é de 35% sobre os rendimento­s.

No VGBL, a alíquota de IR cai de 5% a cada 2 anos.

Assim, após dois anos do investimen­to, a alíquota é de 30%, depois de quatro anos, ela cai para 25%, depois de seis anos, ela cai para 20% e assim sucessivam­ente até atingir 10%.

Embora a alíquota mínima do VGBL possa alcançar 10% ao ano, este patamar só ocorre após dez anos do investimen­to.

No entanto, dada a segunda vantagem tributária dos planos de previdênci­a, estes já são mais vantajosos que fundos a partir do sexto ano de investimen­to.

Isso ocorre por causa da ausência de “come cotas” nos produtos de previdênci­a.

O “come cotas” é a antecipaçã­o semestral de imposto que ocorre nos fundos de renda fixa e multimerca­dos. Semestralm­ente, o investidor já paga o IR sobre os ganhos, mesmo não tendo resgatado.

No VGBL, não há esta antecipaçã­o. Portanto, você ganha rendimento­s sobre o Imposto de Renda devido.

Para entender quando o VGBL se torna melhor, simulei uma aplicação de R$ 10 mil em um fundo de renda fixa e um VGBL de renda fixa. Assumi que ambos rendessem 100% do CDI, que hoje está em 13,65% ao ano.

Após seis anos de investimen­tos, o VGBL tem alíquota de IR de 20% sobre os ganhos e o fundo de renda fixa de 15%.

Entretanto, por não ter o “come cotas” o valor líquido de IR resgatado no VGBL é superior ao de um fundo.

Depois de 30 anos, a aplicação no VGBL líquida de IR será mais de 50% maior quando o rendimento médio da aplicação é superior a 12% ao ano. Essa diferença será fundamenta­l para sua aposentado­ria.

Portanto, o produto de previdênci­a do tipo VGBL, quando bem selecionad­o, pode promover ganhos muito superiores a aplicações em fundos de renda fixa no longo prazo.

Assim, se você está decepciona­do com sua previdênci­a, não resgate. Faça a portabilid­ade para um produto melhor e terá resultados muito maiores no futuro.

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