PAINEL Senha
O ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, deve informar ao presidente Jair Bolsonaro (PL) não ter conseguido provar a existência de fraude no sistema de votação. Com isso, o general oferece uma porta de saída ao chefe do Executivo para abandonar de vez o discurso do voto impresso e de fraude na urna eletrônica. Seus estrategistas defendem que Bolsonaro foque integralmente, no segundo turno, nos aspectos positivos da agenda econômica e na corrupção de governos petistas.
SUPERA
Um dos marqueteiros da campanha do presidente, Sérgio Lima pediu, em uma rede social, que as pessoas “parem de gastar energia falando de fraude”. “Se houve fraude, deixe que a Justiça investigue. O bolsonarismo saiu gigante do primeiro turno, não perceberam?”, indagou.
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Um dos motes da campanha de Lula (PT) no segundo turno será dizer que o expresidente é a única resistência possível ao cerco contra o STF. “Se Bolsonaro vencer, teremos dois Poderes, o Executivo e o Legislativo, contra um, o Judiciário. É aritmética pura, o Supremo não conseguirá resistir”, diz o senador eleito Flávio Dino (PSB-MA).
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Ele usa o exemplo do impeachment de Dilma Rousseff, em que dois Poderes (Legislativo e Judiciário) se uniram contra o Executivo. “Qualquer agenda de salvar a democracia passa pela vitória do Lula. Não é fatalismo, nem catastrofismo”, afirma.
DISTANCIAMENTO
Na ofensiva para ganhar o apoio do PSDB, a campanha de Lula (PT) admite apoiar Eduardo Leite no Rio Grande do Sul e manter uma certa neutralidade em Pernambuco, onde Marília Arraes (Solidariedade) compete com a tucana Raquel Lyra. Nesse cenário, Lula não visitaria o estado no segundo turno.
UNI-VOS
O movimento sindical viu lideranças importantes fracassarem nas eleições. Antonio Neto (PDT), Paulinho da Força (Solidariedade), Vicentinho (PT) e Chicão da Bancada Trabalhista (Solidariedade), ente outros, não foram eleitos.
ENGRENAGENS
Eles veem dois motivos para a crise: de um lado, a estigmatização e a desarticulação do sindicalismo por Bolsonaro; de outro, a ascensão de parlamentares de esquerda ligados à pauta identitária, como movimentos LGBTQIA+ e negro, que têm tomado votos dos representantes da agenda trabalhista.
VIU?
O Movimento Sindical do PDT se antecipou à decisão da direção partidária e apoiou nesta segunda (3) a candidatura de Lula no segundo turno. Em recado a Ciro Gomes (PDT), que pediu tempo para pensar, os sindicalistas afirmam em texto que “não é hora de titubear, o nosso lado é o da democracia”.
EU quero
A onda bolsonarista no Senado faz com que algumas de suas lideranças já se articulem para comandar a Casa. Despontam como opções a recém-eleita Tereza Cristina (PP-MS) e o filho do presidente Flávio Bolsonaro (PL-RJ). O atual presidente, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que vai tentar novo mandato, desperta desconfiança do Planalto.
altos e baixos
Investigados por fake news tiveram desempenhomedianonasurnas. Conseguiram se eleger deputados Gustavo Gayer (PL-GO), investigado na CPI da Covid, e Zé Trovão (PL-SC), líder caminhoneiro. Entre os que fracassaram estão a médica pró-cloroquina Nise Yamaguchi (ProsSP), os youtubers Fernando Lisboa (PL-SP) e Roberto Boni (PMB),osojicultorAntonioGalvan (PTB-MT) e o comentarista José Carlos Bernardi (PTB-SP).
DISPAROU
Padre Kelmon (PTB) teve mais de 0,5% dos votos válidos em cinco municípios, contra 0,1% no total do país. O melhor desempenho foi em Limoeiro de Anadia (AL), onde teve 0,77% e ficou em quinto lugar, à frente de Soraya Thronicke (União Brasil) e Felipe D´Avila (Novo).
DOCE LAR
SimoneTebet(MDB) teve desempenho apenas um pouco melhor do que o nacional em seu berço político, Três Lagoas (MS), onde foi prefeita entre 2005 e 2010. Ela teve 5,66% dos votos, contra 4,2% no país. A ligação da região com o agronegócio refletiuse no desempenho de Bolsonaro, que liderou com 52,67%, enquanto Lula teve 38,85%.
ESPÓLIO
A campanha do exministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) definiu como alvos preferenciais de busca no segundo turno contra Fernando Haddad (PT) os prefeitos de São Paulo, mais do que as cúpulas partidárias. O tucano Rodrigo Garcia (PSDB) dizia ter o apoio de mais de 500 prefeitos, que agora serão disputados pelos concorrentes.
MEXE-MEXE
A eleição mudará a composição da Câmara de SP. Quatro vereadores foram eleitos deputados federais —Erika Hilton (PSOL), Felipe Becari (União), Delegado Palumbo (MDB) e Juliana Cardoso (PT)— e dois estaduais —Suplicy (PT) e Donato (PT). Entre os suplentes que assumem está o mandato coletivo Juntas, de mulheres sem-teto.