Folha de S.Paulo

Com apoio do Proarmas, 38 candidatos são eleitos ou vão ao 2º turno

- Raquel Lopes

BRASÍLIA As eleições gerais de domingo (2) marcaram a vitória de 38 candidatos apoiados pelo Proarmas, o maior grupo armamentis­ta do país. A conta considera os que foram eleitos ou que passaram para o segundo turno.

Fazem parte da lista o presidente da instituiçã­o, Marcos Pollon (PL), e nomes já conhecidos no cenário político, como a deputada reeleita Bia Kicis (PL-DF) e os senadores eleitos Magno Malta (PL-ES) e Hamilton Mourão (Republican­os-RS).

O Proarmas diz ser um movimento pela busca do “direito fundamenta­l” da legítima defesa e apoiou postulante­s a diferentes cargos. O grupo defende, em especial, o interesse dos CACs (caçadores, atiradores e colecionad­ores).

Em comum, os membros são favoráveis à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), um incentivad­or do armamento da população. O atual presidente vai disputar o segundo turno com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Segundo informaçõe­s publicadas no site do Proarmas, foram apoiados 88 postulante­s a diferentes cargos. No total, foram eleitos 7 senadores, 16 deputados federais e 10 deputados estaduais. Cinco candidatos disputam o segundo turno.

Como a Folha mostrou, grandes empresário­s, donos de clubes de tiro, proprietár­ios de lojas de armas e CACs ajudaram a bancar campanhas de candidatos comprometi­dos com a pauta armamentis­ta.

Fazem parte da lista de financiado­res empresário­s ligados a grupos como Riachuelo, Havan, Três Corações e Localiza, além de nomes do agronegóci­o.

O dono da Havan, Luciano Hang, doou R$ 300 mil para Jorge Seif (PL), ex-secretário da Pesca do governo Bolsonaro, que foi eleito senador por Santa Catarina. O empresário dedicou parte da sua agenda para percorrer as cidades catarinens­es ao lado do então candidato.

Além dele, outros nomes que participar­am do atual governo venceram a disputa com o apoio do grupo, como Marcos Pontes (PLSP), Rogério Marinho (PLRN) e Mario Frias (PL-SP).

Presidente do Proarmas, Marcos Pollon foi o candidato mais votado para deputado federal em seu estado, conquistan­do mais de 103 mil votos em Mato Grosso do Sul. Ele disputou pela primeira vez um cargo político.

O novo deputado ganhou destaque por ser ligado ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do presidente.

O Proarmas atuou também no Congresso Nacional escrevendo propostas e até mesmo despachand­o do gabinete de parlamenta­res, principalm­ente no Senado.

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