Redes sociais ajudam a conscientizar sobre doença
Vídeos no Youtube, textos no Facebook, fotos no Instagram. Entidades ligadas à oncologia estão usando redes sociais como recurso para ajudar na prevenção e no tratamento do câncer.
“A gente precisa estar onde o nosso público está e fazer campanhas direcionadas para cada uma dessas pessoas”, diz Catarina Rodrigues Pinto, coordenadora de marketing da Abrale (Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia). Ela foi uma das participantes da 9ª edição do Congresso Todos Juntos Contra o Câncer, que aconteceu entre 27 e 29 de setembro, promovido pela associação.
De acordo com ela, a população conhece pouco sobre o câncer no sangue, que engloba doenças como leucemia e linfoma. Por isso, a Abrale investe em conteúdos informativos nas redes.
A especialista acrescenta que o câncer de sangue é de difícil diagnóstico, porque os sintomas são imprecisos, como febre e hematomas pelo corpo. Daí a importância de difundir informação.
O uso das redes sociais tem rendido bons frutos. Segundo Rodrigues, o canal do Youtube da Abrale tem cerca de 200 vídeos e 4,9 milhões de visualizações. Um dos registros chegou a 1 milhão de visualizações ao desmistificar a informação falsa de que graviola cura o câncer.
Outra entidade que aposta na comunicação para conscientizar é o Inca (Instituto Nacional de Câncer). Chefe do serviço de comunicação do órgão, Marise Mentzingen diz ser importante transmitir informação de forma simples para obter engajamento.
“Senão, fica uma coisa chata”, diz , acrescentando que os vídeos são eficazes.”
De acordo com ela, a participação de artistas em campanhas de prevenção é importante para jogar luz sobre o câncer. Ela diz que, quando uma celebridade torna público estar com câncer, a busca por informação cresce.
Como exemplo, ela cita o caso do apresentador Tiago Leifert, cuja filha foi diagnosticada no ano passado com um retinoblastoma —câncer que afeta a região da retina. Neste ano, ele e sua mulher tornaram pública a doença. “Atitudes como essa ajudam na visibilidade e prevenção.”
A comunicação também ajuda a romper preconceitos relacionados à doença. Representante da Ogilvy Brasil, Denise Caruso conta que que a agência de publicidade criou uma campanha em que personagens de desenhos animados ficavam carecas.
“O objetivo era dizer que criança com câncer precisa ser vista como qualquer outra criança”, diz ela, acrescentando que a campanha ganhou repercussão internacional. “O segredo do sucesso é que todos estavam envolvidos, desde as instituições oncológicas até a imprensa.”