Folha de S.Paulo

Lula e a tensão com militares

-

Comandante­s militares decidem deixar cargos antes da posse

Marco Antônio Freire Gomes (Exército), Almir Garnier (Marinha) e Carlos de Almeida Baptista Junior (Força Aérea) renunciam a seus cargos em dezembro, o que foi lido como insubordin­ação e obrigou o então presidente eleito a acelerar a nomeação de novos chefes militares

Lula escolhe Arruda para o comando

Antes da posse, Lula anuncia Júlio Cesar de Arruda como comandante interino do Exército, escolhido em conjunto com José Múcio Monteiro, anunciado ministro da Defesa, e pelo critério de antiguidad­e, visando reduzir a interferên­cia do governo nas cúpulas militares e desarmar a tensão criada pelas renúncias antecipada­s

Ataques golpistas geram atritos

Integrante­s do governo federal e o Exército divergem sobre a retirada dos acampament­os bolsonaris­tas. Flávio

Dino (Justiça) defendia o desmonte, mas Múcio e a cúpula militar resistiam, afirmando não haver ameaça iminente. Os bolsonaris­tas foram removidos no dia 9

Lula passa a manifestar desconfian­ça com militares

Após os ataques, Lula afirmou várias vezes que houve conivência das Forças Armadas com os criminosos. Em café da manhã com jornalista­s, afirmou que os militares não são “poder moderador como pensam que são” e expôs desconfian­ça com a segurança do Planalto. Elogiou Múcio, que sofria fritura entre os aliados do presidente

Presidente exonera militares do GSI

Seguindo o clima de desconfian­ça entre o governo e as Forças Armadas, Lula passa a demitir militares alocados em diversas áreas do governo, como o GSI (Gabinete de Segurança Institucio­nal) e a segurança do Palácio da Alvorada

Arruda é demitido, e Lula escolhe novo comandante do Exército

Com o acirrament­o de tensões entre o governo e o Exército, o presidente decide no dia 21 exonerar o general Arruda e nomear o comandante militar do Sudeste, Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, como novo chefe da Força

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil