Folha de S.Paulo

Brasil cria 2 milhões de empregos formais em 2022, queda de 27%; setor de serviços é destaque

-

Brasília | reuters O Brasil encerrou 2022 com um saldo positivo de 2,038 milhões de empregos formais, segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desemprega­dos) divulgado nesta terça-feira (31) pelo Ministério do Trabalho e Emprego, queda de 26,6% ante o ano anterior.

Em 2021, ano marcado pela retomada da atividade após o período mais agudo de impacto da pandemia de Covid-19 sobre a economia, haviam sido abertos 2,777 milhões de postos em termos líquidos, conforme série ajustada.

O resultado de 2022 é reflexo de 22,6 milhões de admissões, 8,1% acima do observado no ano anterior, e 20,6 milhões de desligamen­tos (+13,4%).

“A gente teve mais admissões e mais desligamen­tos, um saldo menor que significa também um aumento da rotativida­de no mercado de trabalho no ano”, disse o subsecretá­rio de Estudos e Estatístic­as do Trabalho, Felipe Pateo.

Em dezembro, mês que normalment­e tem elevado volume de desligamen­tos de trabalhado­res contratado­s temporaria­mente para as festas de fim de ano, foram fechados 431.011 postos.

O estoque de empregos formais subiu 5,01% no ano passado em relação a 2021, para 42,7 milhões de trabalhado­res.

Todos os grupamento­s de atividades econômicas do Caged tiveram saldo positivo no ano passado. O destaque ficou com o setor de serviços, que abriu 1,177 milhão de vagas. Em seguida, aparecem comércio (+350 mil), indústria (+252 mil), construção (+194 mil) e agropecuár­ia (+65 mil).

No recorte regional, foram criados 979 mil empregos no Sudeste, 385 mil no Nordeste, 309 mil no Sul, 232 mil no Centro-Oeste e 119 mil no Norte.

O ministério agora passou a fazer um recorte entre o que chamou de postos de trabalho “típicos” e “não típicos”, este último grupo dizendo respeito a trabalhado­res como aprendizes, intermiten­tes, temporário­s e com carga horária de até 30 horas.

De acordo com Pateo, cerca de 14% das vagas líquidas criadas no ano passado dizem respeito a trabalhado­res considerad­os não típicos.

O ministério também apresentou esse recorte em relação ao estoque de trabalhado­res no país, iniciando a medição em dezembro de 2018, imediatame­nte antes do início do governo Jair Bolsonaro.

Nos quatro anos, segundo os dados, o cresciment­o do estoque de postos típicos foi de 11,1%, e o aumento das vagas não típicas foi de 32,6%.

Com relação aos níveis de salário, os valores médios de contrataçã­o tiveram ligeira alta no ano, passando de R$ 1.897,30 em dezembro de 2021 para R$ 1.915,16 no fechamento do ano passado.

No entanto, os salários médios de desligamen­to ficaram mais altos que os de contrataçã­o, passando de R$ 1.989,86 no fim de 2021 para R$ 2.038,70 agora.

 ?? ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil