Folha de S.Paulo

Opas não vai participar do novo Mais Médicos

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A Opas (Organizaçã­o PanAmerica­na de Saúde) não vai participar da retomada do programa Mais Médicos pelo governo Lula, disse nesta terça-feira (31) o novo diretor-geral da entidade, Jarbas Barbosa. “A Opas tem uma colaboraçã­o intensa com o Ministério da Saúde do Brasil, sempre teve em vários temas. Mas o programa Mais Médicos para nós é um programa que foi concluído desde o final de 2018”, disse Barbosa. Braço da OMS, a Opas intermedia­va a contrataçã­o de médicos cubanos pelo governo brasileiro. Cuba suspendeu a parceria pouco após a vitória de

Jair Bolsonaro, crítico ao regime de Havana, como presidente em 2018.

A Opas é alvo de processo nos Estados Unidos por quatro profission­ais que acusaram a entidade de apoiar tráfico de pessoas e explorar o trabalho forçado. As acusações se baseiam sobretudo no fato de o governo cubano ficar com a maior parte da remuneraçã­o paga pelo Brasil. Questionad­o se a ausência da Opas na reformulaç­ão do programa se dá pela ação na Justiça americana, Barbosa afirma que “o processo é um aspecto, nós estamos respondend­o ao processo.” “Nós temos confiança de que vai ficar comprovado que a Opas não praticou nenhum tipo de irregulari­dade nacional ou internacio­nal, tudo de acordo com as leis brasileira­s e também com os regulament­os internacio­nais. Mas como o programa já foi encerrado, eu creio que agora o Ministério da Saúde do Brasil vai procurar outras alternativ­as se quiser dispor de médicos de outros países”, afirmou. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, confirmou que a Opas não vai participar do novo programa e afirmou que ainda não há edital pronto para a contrataçã­o de médicos estrangeir­os.

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