Folha de S.Paulo

Abel e a temporada de novelas

Para técnico do Palmeiras, críticas a seu modo de agir são dramalhões

- Sandro Macedo Medalha de ouro no futsal (improvisad­o no gol) e no vôlei do ensino fundamenta­l em 1986; na Folha desde 2001

Em uma semana, o Palmeiras entregou o melhor jogo do ano no futebol brasileiro e uma partida horrorosa no Paulistinh­a. Na melhor, venceu o Flamengo na disputa da Supercopa. No jogo ruim, contra o Mirassol, venceu também.

Neste segundo jogo, o tema da entrevista coletiva de míster Abel Ferreira ainda foi a final de sábado, em Brasília. Tudo devido às críticas ( foram muitas) que sofreu por seu comportame­nto na decisão, na qual foi expulso, de novo. Em seu comentário, o professor lembrou do amor dos brasileiro­s por novelas e que estariam criando uma novela para tirar o foco do título palmeirens­e.

O míster exagerou um pouco. Vi muito mais elogios ao Palmeiras do que críticas ao professor, mas ele se mostrou incomodado. Porém, inspirado por Abel, vamos lembrar algumas das principais novelas deste início de temporada.

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“Amor com Amor se Paga”, estrelando Roger Guedes, atacante corintiano que ama o técnico Lázaro, que, por sua vez, ama dar liberdade a Roger em campo. Vilão póstumo: Vítor Pereira, sempre ele, que puxava a orelhinha de Roger.

“Os Ricos Também Choram”, com flamenguis­tas já reclamando do título perdido para o Palmeiras e mandando cartinha de repúdio para a CBF.

A novela pode terminar logo, com um título no Mundial de Clubes, ou ganhar novos e chorosos capítulos.

“Cobras e Lagartos”, uma novela do Mercosul protagoniz­ada por Arturo Vidal, que fez várias homenagens mentais ao professor Vítor Pereira (sempre ele) ao ser preterido no jogo Flamengo x Boavista. Vidal já está fazendo a linha “quero colo”, para a alegria dos torcedores do Colo-colo.

“A Dona do Pedaço”, com dona Leila, claro. A presidente do Palmeiras vendeu jogadores, investiu pouco com reforços, já ganhou uma taça no ano (para calar os críticos?), comprou um avião e cortou a verba carnavales­ca da torcida. Vai encarar?

“Duas Caras”, uma novela com John Textor, pelo menos, é assim que muitos botafoguen­ses viram o dono da SAF após a venda de Jefinho para o Lyon. E de quem é o Lyon. Dele mesmo, John Textor (na França a novela se chama “Deux Faces”).

“O Rei do Gado”, esta é a novela que os são-paulinos aguardam com ansiedade após a chegada do atacante Erison, ex-botafogo, apelidado de El Toro. De Rogério Ceni, Muricy e Julio Casares, os mesmos criadores de “Esperança”.

“Meu Pé de Laranja Lima”, da série “quem planta, colhe”, com Lucas Lima. Um jogador que teve grande passagem pelo Santos, foi para o Palmeiras fazer chacota do Santos e, depois de muita experiênci­a, volta agora… ao Santos.

“Vale Tudo”, com Vítor Pereira (sempre ele), Corinthian­s, Flamengo e uma sogra, numa história com amor de irmãos corrompido (coestrelan­do Duílio Monteiro Alves), ambição lusa e desejo de vingança.

“Vai na Fé”, Fernando Diniz ensina uma defesa a sair jogando sempre com o goleiro, doa a quem doer.

“Terra Nostra”, uma novela de ficção científica na qual jornalista­s juram que a CBF está procurando um técnico no exterior: não estrelando Pep Guardiola, Carlo Ancelotti e muitos outros bons técnicos europeus empregados.

“Ouro Verde”, quem precisa comprar jogador com tanta promessa chegando da base palmeirens­e? Depois do sucesso de Patrick de Paula, Danilo e Gabrieis (Jesus, Menino e Veron) vem aí Endrick, Vanderlan, Geovani e Kevin. “Ouro Verde” é uma novela portuguesa.

“Deus nos Acuda”, homenagem aos torcedores que pagaram por partidas dos campeonato­s estaduais. Parafrasea­ndo Milton Leite: “Meu Deus”.

| dom. Tostão e Juca Kfouri | seg. Paulo Vinicius Coelho e Juca Kfouri | qua. Tostão | qui. Juca Kfouri | sex. Paulo Vinicius Coelho e Sandro Macedo | sáb. Marina Izidro

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