Lula defende jogar e não se assustar com a política
O presidente Lula (PT) afirmou, nesta quinta-feira (25), ver como “normal” o embate entre o Congresso e a ministra Marina Silva. Minimizando a crise gerada pela medida provisória de reorganização da Esplanada dos Ministérios, que desidratou a política ambiental, ele disse que agora o governo tem que “jogar” e negociar com o Legislativo.
O petista afirmou ainda que “o que não pode é se assustar com a política”.
Em discurso na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), ao lado de ministros, Lula não mencionou Marina Silva especificamente.
Ele começou dizendo que, ao ler o noticiário, teve a impressão “de que o mundo tinha acabado”.
“Lula foi derrotado pelo Congresso, acaba-se o ministério disso, acaba-se o ministério daquilo. Eu fui ler e o que estava acontecendo era a coisa mais normal”, afirmou.
“Até então a gente estava mandando a visão de governo que nós queríamos. A comissão, no Congresso Nacional, resolveu mexer. Coisa que é quase que impossível de mexer na estrutura de governo, que o governo que faz. E agora começou um jogo, vamos jogar, vamos conversar com o Congresso. E vamos fazer a governança daquilo que a gente precisa fazer”, disse o presidente.
“O que a gente não pode é se assustar com a política. Vou repetir: toda vez que a sociedade se assusta com a política e ela começa a culpar a classe política, o resultado é infinitamente pior. Nós já tivemos lições e é importante a gente lembrar. Por pior que seja a política, é nela e com ela que se tem as soluções dos grandes e pequenos problemas desse país”, completou Lula.
A MP original foi editada por Lula logo no início do governo com a nova organização da Esplanada. Foi ela que ampliou, por exemplo, o número de ministérios de 23 para os atuais 37.
Lula estava acompanhado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e do vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), titular da pasta do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Também estavam presentes o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
Pacheco afirmou que o momento é de reconstrução, exaltou a harmonia entre os Poderes e fez referência ao governo Jair Bolsonaro (PL), sem citá-lo.
“Enfrentamos tempos de questionamentos democráticos, de uma notável polarização e radicalização. [...] A democracia enfrentou momentos muito difíceis, mas saiu mais forte”, afirmou o senador.