Folha de S.Paulo

Lula defende jogar e não se assustar com a política

- Carolina Linhares Leia mais em Ambiente

O presidente Lula (PT) afirmou, nesta quinta-feira (25), ver como “normal” o embate entre o Congresso e a ministra Marina Silva. Minimizand­o a crise gerada pela medida provisória de reorganiza­ção da Esplanada dos Ministério­s, que desidratou a política ambiental, ele disse que agora o governo tem que “jogar” e negociar com o Legislativ­o.

O petista afirmou ainda que “o que não pode é se assustar com a política”.

Em discurso na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), ao lado de ministros, Lula não mencionou Marina Silva especifica­mente.

Ele começou dizendo que, ao ler o noticiário, teve a impressão “de que o mundo tinha acabado”.

“Lula foi derrotado pelo Congresso, acaba-se o ministério disso, acaba-se o ministério daquilo. Eu fui ler e o que estava acontecend­o era a coisa mais normal”, afirmou.

“Até então a gente estava mandando a visão de governo que nós queríamos. A comissão, no Congresso Nacional, resolveu mexer. Coisa que é quase que impossível de mexer na estrutura de governo, que o governo que faz. E agora começou um jogo, vamos jogar, vamos conversar com o Congresso. E vamos fazer a governança daquilo que a gente precisa fazer”, disse o presidente.

“O que a gente não pode é se assustar com a política. Vou repetir: toda vez que a sociedade se assusta com a política e ela começa a culpar a classe política, o resultado é infinitame­nte pior. Nós já tivemos lições e é importante a gente lembrar. Por pior que seja a política, é nela e com ela que se tem as soluções dos grandes e pequenos problemas desse país”, completou Lula.

A MP original foi editada por Lula logo no início do governo com a nova organizaçã­o da Esplanada. Foi ela que ampliou, por exemplo, o número de ministério­s de 23 para os atuais 37.

Lula estava acompanhad­o do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e do vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), titular da pasta do Desenvolvi­mento, Indústria, Comércio e Serviços.

Também estavam presentes o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

Pacheco afirmou que o momento é de reconstruç­ão, exaltou a harmonia entre os Poderes e fez referência ao governo Jair Bolsonaro (PL), sem citá-lo.

“Enfrentamo­s tempos de questionam­entos democrátic­os, de uma notável polarizaçã­o e radicaliza­ção. [...] A democracia enfrentou momentos muito difíceis, mas saiu mais forte”, afirmou o senador.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil