EUA e Coreia do Sul fazem nova exibição de força após Norte anunciar satélite espião
As Forças Armadas de EUA e Coreia do Sul iniciaram nesta quinta-feira (25) exercícios militares simulando um “ataque em larga escala da Coreia do Norte” em Pocheon, próximo à fronteira com a ditadura comunista.
O treinamento, com 2.500 soldados de ambos os países, além de tanques, canhões e obuseiros, é o mais recente de uma série de simulações neste ano. Também é o maior, segundo Seul —até então, o título pertencia aos exercícios conjuntos batizados de Escudo da Liberdade, que duraram 11 dias em março.
Em nota, a Defesa sul-coreana afirmou que as manobras terão ao menos outras quatro edições até meados de junho e que elas “demonstraram a capacidade e a prontidão do nosso Exército para responder às ameaças nucleares e de mísseis da Coreia do Norte e a um ataque em larga escala”. A pasta também se comprometeu “a manter a paz por meio de uma força esmagadora”, uma contradição em termos.
Os exercícios parecem ser uma resposta a um anúncio feito na semana passada pela Coreia do Norte, de que havia aprovado os últimos preparativos para o lançamento de seu primeiro satélite de espionagem militar. Analistas dizem que o instrumento deve aumentar a capacidade de vigilância do regime e permitiria, no caso de um conflito, atingir alvos com maior precisão.
Imagens recentes de satélite mostraram progresso em uma nova plataforma de lançamento na estação de satélites da Coreia do Norte. A atividade detectada foi descrita como em um “novo nível de urgência”, provavelmente em preparação para o lançamento, segundo o grupo de monitoramento americano 38 North.
As forças dos EUA e da Coreia do Sul têm realizado vários exercícios de treinamento nos últimos meses, incluindo exercícios aéreos e marítimos envolvendo bombardeiros B-1B americanos. Isso ocorre após um período em que ações do tipo foram reduzidas em meio a esperanças de resultados positivos de esforços diplomáticos.
A Coreia do Norte, sob a liderança do ditador Kim Jong-un, por óbvio, reagiu com raiva aos exercícios, que caracteriza como uma preparação das forças americanas e sul-coreanas para uma possível invasão de seu território.
Outro elemento se juntou a esse contexto nesta quinta, quando o Japão, aliado de EUA e Coreia do Sul na disputa contra o Norte, afirmou ter detectado a presença de aviões militares russos perto do país.
Em reação, o Japão enviou caças interceptadores para a área. Moscou é um dos fiadores da guerra de Pyongyang contra o sul capitalista apoiado por Washington.