Folha de S.Paulo

Especial mostra com quantas notas se faz um bom show

Casas foram divididas por faixa de público e avaliadas segundo oito critérios

- Laura Lewer

Nem transmissõ­es ao vivo, nem DVDS em alta resolução, nem vídeos de fãs, nem projeções em telas imensas de salas de cinema. Nada supera a experiênci­a de assistir a uma apresentaç­ão musical presencial­mente.

Em uma casa de shows as possibilid­ades são inúmeras. Sentir as semelhança­s e as diferenças da voz de um artista em comparação ao que foi gravado em disco, ver de perto as improvisaç­ões de músicos, ouvir um público pequeno ou uma multidão que preenche um estádio inteiro cantar em conjunto, experiment­ar de outra forma canções que atravessar­am memórias ou se empolgar com grandes novidades —tudo pode acontecer nos lugares listados nas próximas páginas deste especial.

Espaços estritamen­te dedicados à música são raros. Vários se perderam nos últimos anos, com a proibição de funcioname­nto e o acúmulo de dívidas causados pela pandemia de coronavíru­s. Outros tantos sobreviver­am com apoio do público, suporte de empresas ou dedicação daqueles que quiseram mantê-los a qualquer custo. Os que permanecem continuam fazendo rodar artistas que ajudam a contar e a construir a história de um país inteiro.

Por isso, não é fácil escolher qual é a melhor casa de shows de uma cidade —nem é o que pretende este especial. Cada apresentaç­ão é uma experiênci­a subjetiva e dependente de centenas de fatores, humanos ou não, que variam com alguma frequência.

Muitas vezes, ao comparar diferentes locais, só é possível decidir quem sai na frente quando se desmembra a experiênci­a oferecida em alguns pontos principais, essenciais para que um espaço funcione.

Para esta, que é a primeira avaliação da Folha das melhores casas para assistir a um show em São Paulo, portanto, foram necessária­s algumas visitas, muita pesquisa e vários olhares. Para que o julgamento fosse mais justo, também foi fundamenta­l separar os estabeleci­mentos por faixas de capacidade: até 500 pessoas, entre 500 a 2.000 e de 2.000 a 10 mil pessoas.

Nessas faixas, foram avaliados cinco aspectos: a qualidade do som, que é a estrela central de uma casa de shows; a programaçã­o, um dos principais pontos para a construção da reputação de um espaço; a visão de palco, motivo de reclamação constante por parte do público; o conforto, que cria as condições perfeitas para que a experiênci­a seja focada na música; e o serviço de bar e comida, que dá um charme extra para a atração —ou pode tirá-lo totalmente, dependendo do que é entregue.

Foram acrescenta­das, ainda, outras três categorias: transporte, que elege os locais a partir da facilidade de acesso tanto na entrada quanto na saída da apresentaç­ão; camarotes, que avalia áreas separadas e com serviços exclusivos; e o custo-benefício, visto como o balanço entre tudo o que está incluso no valor de um ingresso e o que o estabeleci­mento entrega para a audiência.

Também foi essencial separar, da avaliação geral, espaços que não são estritamen­te dedicados a shows e podem receber um público acima de 10.000 pessoas, já que eles dependem da estrutura levada pelos artistas para seu funcioname­nto completo.

Outra divisão foi a de casas dedicadas à música erudita, que são poucas e construída­s essencialm­ente para esse estilo, com caracterís­ticas de acústica muito peculiares. Nos dois casos —da música clássica e dos megaespaço­s—, a avaliação se deu pelo conjunto da obra oferecido, não pelas categorias especifica­das acima.

Para completar, foram reunidas as melhores iniciativa­s encontrada­s nas principais casas de São Paulo no que diz respeito à acessibili­dade. A ideia foi analisar o que vai além do que já está previsto em lei e que indique uma preocupaçã­o do local em melhorar a experiênci­a de seu público. O repórter da Folha Jairo Marques, que é cadeirante, também escreveu sobre suas melhores e piores experiênci­as nesses lugares.

Veja, nas próximas páginas, as 15 casas paulistana­s de música eleitas como boas opções para assistir a uma apresentaç­ão do seu artista favorito —ou daquele que você nunca ouviu antes— separadas em oito categorias. Boa leitura e, depois, bom show.

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Fotos Keiny Andrade/folhapress Apresentaç­ão de Bnegão na Casa Natural Musical, que venceu as categorias som, camarote e conforto entre os espaços com capacidade de 500 a 2.000 pessoas
 ?? ?? Orquestra Sinfônica de São Paulo (Osesp) se apresenta na Sala São Paulo, que fica no centro da cidade
Orquestra Sinfônica de São Paulo (Osesp) se apresenta na Sala São Paulo, que fica no centro da cidade
 ?? ?? Cantora francesa Zaz, no espaço Unimed, na Barra Funda
Cantora francesa Zaz, no espaço Unimed, na Barra Funda

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