Escalação eclética é capaz de agradar a públicos diversos
É difícil a competição entre os grandes, mas o Espaço Unimed, antigo Espaço das Américas, casa paulistana que abriga até 8.000 pessoas em suas noites de shows, faz bonito quando o assunto é sua curadoria musical.
O espaço na Barra Funda, inaugurado em 2002, ano em que também foi criada a casa irmã Villa Country —ambas pertencem ao mesmo grupo, que também inclui a Audio— sai na frente das concorrentes usando como trunfo a versatilidade que seu tamanho garante.
Por lá, passa um balanço quase sempre fino entre o que agradaria a um jovem atento ao que há de mais novo na música internacional, a uma pessoa afeita a sons com menos firulas e a um fã fiel, que ama assistir quase que anualmente a uma atração a qual escuta há muito tempo.
Com poucas semanas de diferença, por exemplo, a casa pode receber seu público para dançar ao som da nova turnê de Djavan ou da dobradinha entre Alexandre Pires e Seu Jorge, ver a despedida dos palcos da americana Dionne Warwick, passar o Dia dos Namorados na companhia de Anavitória e celebrar as carreiras de Ney Matogrosso ou Chitãozinho e Xororó, seminais em seus campos musicais. Há quem não goste de um nome ou outro, mas a relevância costuma ser inegável.
Desde que abriu as portas, o Espaço Unimed recebeu em seu palco turnês de gigantes como Lauryn Hill, Morrissey, Erykah Badu e Robert Plant, pioneiros como os gigantes do rap Wu Tang-clan e artistas incensados, como a espanhola Rosalía, que fez seu primeiro show no Brasil na casa, em 2022, e Maneskin, que tem apresentação agendada para o fim deste ano.
O local ainda é palco frequente de nomes brasileiros essenciais —Roberto Carlos, Gal Costa, Maria Bethânia, Caetano Veloso, Paulinho da Viola, Planet Hemp, Os Paralamas do Sucesso e Gilberto Gil são alguns dos que pisaram mais de uma vez por lá.
Sem deixar de lado a escalação de integrantes mais recentes da música nacional, como Criolo, Ludmilla, Tim Bernardes e Emicida, o espaço foi eleito como a melhor programação entre as casas de show que recebem de 2.000 a 10 mil pessoas na capital paulista.