Folha de S.Paulo

Assentos próximos do artista ajudam a criar clima intimista

- Laura Lewer

Sob aluz azulada que é marca do Blue Note, casa de jazz cuja primeira unidade foi inaugurada na década de 1980 em Nova York, nos Estados Unidos, um burburinho pré-show se espalha pelas mesas distribuíd­as no salão, todas com até seis cadeiras e uma velinha acesa em cima.

Avistada cortinados fundos dá para um alonga varanda, que por sua vez entrega uma visão privilegia­da da avenida Paulista, amais famosa da capital. A unidade em São Paulo, que em 2019 fez companhia para filiais co moas do rio, tóquio e milão, fica em ponto estratégic­o, na cobertura do Conjunto Nacional,esquina comaru a augusta.

Mas é com outra visão que a casa, que também garante em sua programaçã­o novos e antigos nomes da MPB e outras vertentes além do jazz, sai na frente. De qualquer mesa do espaço é possível ter uma visão clara do que acontece durante o show, o que faz do Blue Note acasa eleita, entre outras de mesma capacidade, como a melhor visão de palco na cidade —caracterís­tica fundamenta­l para um bom espaço de espetáculo­s.

O palco é baixo, e os assentos, próximos uns aos outros, o que passa a sensação de que todas as 337 pessoas que acasa consegue abrigar vivem uma experiênci­a mais coletiva do que o habitual em um espaço com ares requintado­s. Quem se senta na fileira da frente, inclusive, fica a poucos centímetro­s do artista. Outra raridade no caso de shows para público sentado.

As mesmas mesas próximas que garantem o intimismo, no entanto, também podem limitara movimentaç­ão das cadeiras e obrigar algumas pessoas a assistir à performanc­e de um jeito meio torto, sentadas de lado, o que gera algumas reclamaçõe­s.

Os lugares mais distantes, camarotes para até oito pessoas nas laterais, resolvem o problema da distância com a visão privilegia­da, garantida pela distribuiç­ão em uma área elevada que fica na mesma linha do palco.

Outro diferencia­l da casa é o mapa fixado na página de venda de ingressos, didático ao explicar a localizaçã­o de todos os assentos e, principalm­ente, de pilastras do Blue Note —uma exceção de transparên­cia em uma cidade cheia de casas em que, em um dia de azar, assiste-se a um show olhando mais para um bloco de concreto do que para a banda no palco.

Blue Note

Av. Paulista, 2.073, Bela Vista, região central. Instagram @bluenotesp. Programaçã­o em bluenotesp.com

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Fotos Keiny Andrade/folhapress Show da cantora Zezé Motta, na Sala Adoniran Barbosa, do Centro Cultural São Paulo, no Paraíso

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