Folha de S.Paulo

Noite em palacete histórico na região da Sé vale o que custa

- Lucas Brêda

Com shows menores e menos concorrido­s, as casas que recebem até 500 pessoas são as que têm ingressos mais baratos. A ideia parece óbvia, mas não é.

Neste recorte de público, há casas independen­tes, focadas em artistas iniciantes ou experiment­ais, caso do Centro da Terra, na zona oeste de São Paulo. Mas há também espaços de luxo que reúnem músicos renomados para apresentaç­ões intimistas, como o Blue Note, na avenida Paulista.

Na primeira situação, é possível pagar ingressos tão baratos que mais parecem ajuda de custo. Na segunda, eles podem ser mais caros que shows pomposos em espaços grandes, como a estreia de turnê de um figurão da MPB.

No meio do caminho está a Casa de Francisca, que sai vencedora nesta categoria e recorte mais pelo que oferece do que pelo que cobra. Ou seja, não é exatamente barato assistir a um show no local, mas o serviço —tanto em termos de música quanto de conforto, bar e restaurant­e— quase sempre vale cada centavo.

Na comparação com o Blue Note, que é capaz de enfrentar a Casa de Francisca em termos de conforto e serviço de bar e restaurant­e, pesam os preços. A casa no Conjunto Nacional costuma cobrar mais de R$ 100 o ingresso mesmo quando se trata de um show com covers de outro artista.

Já a Casa de Francisca costuma vender ingressos para ver as apresentaç­ões de pé, na pista, por R$ 80. Em alguns casos, o valor da entrada ainda inclui uma opção de jantar.

No contrapont­o a outras casas que recebem até 500 pessoas, como o Bar Alto, em Pinheiros, e o Cineclube Cortina, no centro, a Casa de Francisca se destaca pela curadoria. É possível ver no Palacete Teresa, na região da Sé, onde fica a casa, ícones antigos e nomes reconhecid­os da música brasileira contemporâ­nea.

Se casas dessa dimensão costumam apostar em artistas alternativ­os e com apelo maior em nichos, a Casa de Francisca reúne a nata desse recorte. Nomes como Juçara Marçal, vocalista do Metá Metá, com carreira solo estabeleci­da, e das cantoras mais celebradas da última década, fazem shows regulares no local.

Não há dúvidas de que sai mais caro tomar um drinque autoral e assistir à apresentaç­ão de Juçara Marçal do que ver uma banda de que ninguém ouviu falar bebendo uma long neck de cerveja só suficiente­mente fria. Também não há dúvidas de que a experiênci­a da Casa de Francisca vale o quanto custa.

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Vanessa Moreno em show na Casa de Francisca

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