Folha de S.Paulo

Telegram indica representa­nte após Moraes ameaçar suspender serviço

- Marcelo Rocha

O Telegram anexou nesta sexta-feira (26) aos autos do inquérito que apura a atuação das big techs a indicação de um escritório de advocacia horas depois de o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), cobrar a nomeação de um representa­nte oficial da empresa no Brasil, sob risco de suspensão do aplicativo em caso de descumprim­ento.

O sistema de informaçõe­s processuai­s do STF registrou às 17h23 a entrada de procuração nos autos do inquérito em que a plataforma constitui o escritório Leonardi Advogados para representá-la.

O representa­nte anterior do Telegram, o advogado Alan Thomaz, havia informado à Polícia Federal, no último dia 18, que o escritório vinculado a ele não exercia mais a função desde o dia 14 anterior.

“Determino que se intime a empresa Telegram para que, no prazo de 24 horas, (...) proceda à indicação, em juízo, de representa­ção oficial no Brasil (pessoa física ou jurídica), sob pena de suspensão do funcioname­nto dos serviços do Telegram no Brasil, pelo prazo inicial de 48 horas”, escreveu Moraes.

Por email, um porta-voz da empresa afirmou: “O Telegram recentemen­te nomeou Leonardi Advogados como seu novo representa­nte oficial no Brasil. Inclusive, em 25 de maio, o Telegram apresentou múltiplos requerimen­tos com essa nova procuração nos casos atualmente em andamento no Supremo Tribunal Federal”.

A decisão de Moraes foi dada dentro do inquérito 4.933, que investiga a ação publicitár­ia das grandes empresas de tecnologia contra o PL das Fake News, atualmente em análise pela Câmara dos Deputados.

Na decisão, ele fixou multa diária de R$ 500 mil à empresa se não informasse o atual representa­nte no Brasil no prazo assinalado.

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