Comentários de quem esteve no seminário
“Trabalho em um núcleo de cuidados que realiza atendimentos a crianças e adolescentes vítimas de violência, a maioria vítima de natureza sexual. Às vezes é um trabalho bem solitário. É bom ver que não estou sozinha.”
Bárbara Ilário 32, psicóloga, Ubatuba (SP)
“O manifesto lançado pelo Instituto Liberta é muito importante, ele precisa ser divulgado. Quando se faz algum evento sobre violência sexual infantil, geralmente aparecem muitos outros casos. É necessário falar para prevenir.”
Michele dos Santos 39, assistente social, São Paulo (SP)
“Tenho uma sobrinha deseisanos,emfasede formação, e me preocupa saber que existem pessoas que podem causar algum mal a crianças. Vim buscar conhecimento para difundir dentro da minha família e na rede de proteção.”
Pedro Gonçalves 45, administrador de empresas, São Paulo (SP)
“Se a gente pode orientar de alguma forma uma criança de que ela está sendo abusada sexualmente e diminuir essa estatística tão desesperadora, é isso que devemos fazer. Viemos buscar conhecimento para chegar até as ONGS do extremo leste de São Paulo.”
Vanessa Madeira 45, pedagoga, São Paulo (SP)
“Tenho uma filha autista de três anos e me preocupo enquanto mãe, não só como profissional que trabalha em um hospital. É um trabalho ainda maior que a mãe atípica tem que fazer para ensinar aos filhos questões relacionadas à identificação sexual, o que pode e o que não pode. Tenho que observar ao máximo o comportamento da minha filha para tentar protegê-la.”
Mirnna Vasconcelos da Silva 41, assistente social, Fortaleza (CE)
“Sou médica há
40 anos e atendo predominantemente mulheres. Já ouvi histórias terríveis. Abusos perpetrados pelo pai no meio da roça, jovens que tinham experiências nefastas com primos e tios, meninas que vão a uma festa e acabam estupradas. Chama muito a atenção que essa questão da violência não entra em currículo nenhum.”
Ivana Abdo Martins 64, médica, Ituiutaba (MG)
“O seminário foi um evento sensível e com aspectos técnicos para quem trabalha com a violência. O Conselho Municipal de Educação tem feito estudos sobre o tema, incluindo a violência sexual, e temos a função de repassar para as escolas. Temos uma visão especializada sobre a educação sexual e olhamos para a importância de as crianças conhecerem suas possibilidades corporais e limitações.”