Folha de S.Paulo

Comentário­s de quem esteve no seminário

- Karen Martins 46, conselheir­a municipal de Educação, São Paulo (SP)

“Trabalho em um núcleo de cuidados que realiza atendiment­os a crianças e adolescent­es vítimas de violência, a maioria vítima de natureza sexual. Às vezes é um trabalho bem solitário. É bom ver que não estou sozinha.”

Bárbara Ilário 32, psicóloga, Ubatuba (SP)

“O manifesto lançado pelo Instituto Liberta é muito importante, ele precisa ser divulgado. Quando se faz algum evento sobre violência sexual infantil, geralmente aparecem muitos outros casos. É necessário falar para prevenir.”

Michele dos Santos 39, assistente social, São Paulo (SP)

“Tenho uma sobrinha deseisanos,emfasede formação, e me preocupa saber que existem pessoas que podem causar algum mal a crianças. Vim buscar conhecimen­to para difundir dentro da minha família e na rede de proteção.”

Pedro Gonçalves 45, administra­dor de empresas, São Paulo (SP)

“Se a gente pode orientar de alguma forma uma criança de que ela está sendo abusada sexualment­e e diminuir essa estatístic­a tão desesperad­ora, é isso que devemos fazer. Viemos buscar conhecimen­to para chegar até as ONGS do extremo leste de São Paulo.”

Vanessa Madeira 45, pedagoga, São Paulo (SP)

“Tenho uma filha autista de três anos e me preocupo enquanto mãe, não só como profission­al que trabalha em um hospital. É um trabalho ainda maior que a mãe atípica tem que fazer para ensinar aos filhos questões relacionad­as à identifica­ção sexual, o que pode e o que não pode. Tenho que observar ao máximo o comportame­nto da minha filha para tentar protegê-la.”

Mirnna Vasconcelo­s da Silva 41, assistente social, Fortaleza (CE)

“Sou médica há

40 anos e atendo predominan­temente mulheres. Já ouvi histórias terríveis. Abusos perpetrado­s pelo pai no meio da roça, jovens que tinham experiênci­as nefastas com primos e tios, meninas que vão a uma festa e acabam estupradas. Chama muito a atenção que essa questão da violência não entra em currículo nenhum.”

Ivana Abdo Martins 64, médica, Ituiutaba (MG)

“O seminário foi um evento sensível e com aspectos técnicos para quem trabalha com a violência. O Conselho Municipal de Educação tem feito estudos sobre o tema, incluindo a violência sexual, e temos a função de repassar para as escolas. Temos uma visão especializ­ada sobre a educação sexual e olhamos para a importânci­a de as crianças conhecerem suas possibilid­ades corporais e limitações.”

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