Só Track Boa iguala o patamar de DJs brasileiros e estrangeiros
são paulo A estrutura de 13 andaresemformatodeprédiosdo palco principal ganhou projeçõesacompanhadasdesonsrobotizados, como uma modernização da paisagem do clássico “Metrópolis”, de 1927, na madrugada deste domingo (28).
O contraste ficou evidente em comparação à primeira madrugada do festival Só Track Boa, no sábado (27), em que o contorno da cidade recebeu um bombardeio de luzes neon, como as do cyberpunk “Blade Runner”.
O headliner mais aguardado do último dia do festival de música eletrônica, que teve sua maior edição desde 2016, foi a dupla de ucranianos Artbat, um fenômeno das pistas ao redor do mundo. Seu show iniciou no Autódromo de Interlagos com o remix de “The Age Of Love”, clássica do techno, reproduzida em tom mais seco e duro.
A dupla fez sucesso no Brasil após uma apresentação no bondinho do Pão de Açúcar, em 2019. Quando iniciaram “Horizon”, sua produção de maior sucesso e tom mais melódico, foram ovacionados pelo público. A euforia atingiu seu ápice pouco depois com o remix “Return to Oz”, que ocupa o primeiro lugar no Spotify da dupla, com mais de 65 milhões de plays.
Enquanto na primeira madrugada do festival os brasileiros foram as principais atrações no palco, no domingo foi a vez dos DJs internacionais e do gênero melodic techno, mais conceitual e reflexivo. O palco principal começou a ficar cheio no início da noite, com a dupla italiana Fideles e seu remix de “Hey You”, do Pink Floyd.
O som mais sombrio de Joris Voorn chegou na madrugada com fogos de artifício. O holandês é reconhecido como um dos precursores do melodic techno. Ele agitou o maior gramado de Interlagos com remixes de “With or Without You”, da banda U2, e “Miss You”, de Oliver Tree, hit no TikTok.
Já Yotto iniciou seu esperado set com um remix de “Say it Right”, de Nelly Furtado. Lasers e batidas mais graves deram um início triunfante ao DJ finlandês, conhecido pelas suas melodias progressivas, profundas e melancólicas.
Ao mesmo tempo, o brasileiro Bhaskar se apresentou nopal coGarden,am ais dançante das atrações da madrugada, combatidas contagiantes de tech hous eebrazil ian bass —gênero compartilhado com seu irmão gêmeo, Alok.
No início da noite, a dinamarquesa Ashibah já havia enchido o gramado com uma mistura de ritmos evocais intensos. Conhecida por cantar o próprio set, ela foi sucedida por LP Giobbi, americana que arriscou uma trilha mais dançante com um remix do funk “Combinação Perfeita”, do Mc TH e de “Don’t You Need Somebody to Love”, da banda Jefferson Airplane.
Mesmo com aguardadas atrações internacionais, os brasileiros foram recebidos com bastante euforia durante todo o festival. Vintage Culture, idealizador do evento e célebre pelos sets contagiantes, foi o sucesso do primeiro dia, reunindo mais público que o inglês Duke Dumont e o francês Dombresky.
Illusionize, outro destaque nacional da primeira madrugada, homenageou os primórdios da house music, com um remix de “My House”, de Chuck Roberts, de 1987.
VictorL ou eM ochakk hipnotizaram uma legião de fãs no palco secundário, que acabou pequeno. Criado em Goiânia, terra do sertanejo, Lou arrasta multidões para ouvir suas mixagens de “desande”, uma mistura de tech e bass house com ritmos brasileiros como o funk.
Vintage Culture ainda encerrou o festival ao amanhecer, tarefa que no sábado ficou a cargo da DJ ucraniana Korolova, que chegou a mixar junto com Vintage no início da madrugada para ocupar a falta do headliner Meduza.
O trio italiano, destaque mundial nas pistas de house music desde o lançamento de “Piece of Your Heart” em 2019, anunciou que não estaria presente no festival apenas apenas 16 horas antes devido a uma onda de cancelamentos de voos da British Airways.
A mudança de planos contribuiu para que o foco dos holofotes ficasse sobre os DJs brasileiros. Não foi um problema para os fãs energéticos que curtiram, sem pausas, 32 horas de festa no Autódromo de Interlagos.