Folha de S.Paulo

Bloqueio de R$ 1,7 bi nos gastos vai poupar Educação e Saúde, diz Tebet

- Danielle Brant

Brasília O bloqueio de R$ 1,7 bilhão nas despesas discricion­árias anunciado pelo governo Lula (PT) não atingirá os ministério­s de menor orçamento nem pastas como Educação e Saúde, afirmou nesta segunda (29) a ministra Simone Tebet (Planejamen­to).

As declaraçõe­s foram dadas após uma reunião com o ministro Fernando Haddad (Fazenda) na qual foram discutidos temas como arcabouço fiscal, reforma tributária e medidas provisória­s.

Segundo Tebet, já houve reunião da JEO (Junta de Execução Orçamentár­ia) para debater a questão. “O que eu só posso adiantar para vocês ficarem tranquilos é que os ministério­s menores, que têm menores orçamentos, e Educação e Saúde estarão preservado­s.”

A ministra afirmou que o bloqueio provavelme­nte vai ser temporário. “Isso aí é contábil. Você bloqueia e, com um incremento da receita, no próximo relatório você estará podendo desbloquea­r. Como vão ser as maiores pastas, os maiores orçamentos, você não vai estar atrapalhan­do execução, a continuida­de das políticas públicas. Essa é a grande preocupaçã­o”, afirmou.

O bloqueio foi anunciado na semana passada, depois que o governo foi obrigado a piorar sua projeção para o resultado das contas públicas neste ano por causa de um forte aumento nas despesas.

O déficit é estimado em R$ 136,2 bilhões, equivalent­e a 1,3% do PIB, segundo o Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas do 2º bimestre, divulgado na segunda (22) pelo Ministério do Planejamen­to.

O valor representa uma piora de R$ 28,6 bilhões em relação à previsão anterior, divulgada em março.

As despesas tiveram um aumento de R$ 24,2 bilhões em relação ao relatório de março, o que estourou toda a folga que havia em relação ao teto de gastos —regra que limita o cresciment­o das despesas à inflação, e ainda está em vigor. Com isso, o governo vai precisar bloquear R$ 1,7 bilhão nas despesas discricion­árias (que incluem custeio e investimen­tos).

Tebet e Haddad foram convidados pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a se reunir com líderes partidário­s na quinta (1º) para tratar do arcabouço fiscal, cuja votação na Câmara foi concluída na quarta (24).

Na avaliação da ministra, é possível votar o texto diretament­e no plenário.

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