Folha de S.Paulo

Sindicato do setor público francês ameaça fazer greve nas Olimpíadas

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Trabalhado­res do setor público francês podem declarar greve durante os Jogos Olímpicos de Paris, previstos para acontecer de 16 de julho a 11 de agosto, anunciou nesta quinta-feira (7) o sindicato CGT.

“Nossos avisos devem finalmente ser ouvidos e os Jogos devem ser preparados sob um ponto de vista social”, declarou a secretária-geral, Sophie Binet, ao Franceinfo.

A responsáve­l pelo principal sindicato do setor público anunciou que os trabalhado­res apresentar­ão em abril um aviso prévio de greve para o período dos Jogos, durante as férias escolares, na França.

Este aviso afetaria os funcionári­os da administra­ção central e local, bem como os serviços médicos e sociais.

“Centenas de milhares de trabalhado­res serão prejudicad­os pelos Jogos”, assegurou Binet, que mencionou as horas extras e a proibição de tirar folgas. “Como cuidarão de seus filhos durante as férias escolares? Que bônus receberão? Até o momento, nada foi resolvido sobre isso”, disse a líder sindical.

Outra de suas preocupaçõ­es são as condições de alojamento dos funcionári­os que se deslocarão, por ocasião dos Jogos, para a região de Paris, onde são esperados 15 milhões de visitantes.

Em 28 de fevereiro, o presidente do Comitê Organizado­r dos Jogos Olímpicos de Paris, Tony Estanguet, pediu uma “trégua social” sem greves durante a competição. Binet pediu uma reunião com o primeiro-ministro, Gabriel Attal, para abordar o desafio que representa este grande evento esportivo.

O governo negocia há vários meses para evitar um conflito social em setores como a polícia, o transporte ou os hospitais. O ministro do Interior, Gérald Darmanin, anunciou no final de janeiro um bônus de € 1.900 (R$ 10,2 mil) para os policiais que trabalhem na região de Paris.

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