Entenda o caso em cinco pontos
Cerco a Bolsonaro e passaporte retido
O ex-presidente Jair Bolsonaro está sendo investigado no inquérito das milícias digitais e em uma série de frentes, como a fraude em cartões de vacinação. Em 8 de fevereiro, teve seu passaporte retido em operação da Polícia Federal que investiga uma suposta trama golpista para impedir a posse de Lula (PT)
Ex-presidente na embaixada
Quatro dias após ser impedido de deixar o país, Bolsonaro foi até a embaixada húngara no Brasil e passou dois dias no local. Ele chegou por volta das 21h do dia 12 de fevereiro e permaneceu no local até a tarde do dia 14. Lá, segundo o The New York times, chegou a receber pessoas, uma pizza e até uma cafeteira do embaixador húngaro
O que disse Bolsonaro
O ex-mandatário admitiu a estadia na missão diplomática húngara e disse frequentar embaixadas, mantendo relações com outros chefes de Estado. A defesa afirmou ainda que Bolsonaro foi ao local apenas para manter contato com autoridades do país, e relembrou a relação do capitão reformado do Exército com Viktor Orbán, a quem já chamou de “irmão”
Repercussões do caso
Dentre os desdobramentos do caso está a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), dando 48 horas para Bolsonaro explicar o motivo da hospedagem na embaixada da Hungria. A PF também investigará o episódio, que tem sido visto pelo governo brasileiro como uma forma de Orbán interferir em assuntos internos
Perguntas não respondidas
A principal lacuna do caso é a motivação pela qual Bolsonaro passou dois dias lá, e se buscava livrar-se de um eventual pedido de prisão ou tentar uma fuga —em tese, o ex-presidente não poderia ser alvo de ordem de prisão estando na embaixada, já que convenções diplomáticas tornam o local imune a autoridades nacionais