Folha de S.Paulo

PF conclui que não houve crime do ex-presidente no caso da baleia jubarte

- Carla Araújo e Pedro Vilas Boas

A Polícia Federal concluiu o inquérito e decidiu não indiciar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por suposta importunaç­ão de uma baleia jubarte em passeio de moto aquática em São Sebastião (SP), em junho passado.

Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicaçã­o e assessor de Bolsonaro, também não foi indiciado.

Agora, o caso segue para análise do MPF (Ministério Público Federal) em São Paulo. O órgão pode arquivar, pedir mais diligência­s ou apresentar denúncia.

A investigaç­ão apurava possíveis crimes ambientais previstos em lei, sobre “molestamen­to intenciona­l” de baleias. A ação foi aberta após circularem nas redes vídeos da moto aquática com motor ligado se aproximand­o da jubarte.

O condutor pilotava o veículo a distância inadequada e gravava com o celular, segundo o MPF. O mamífero apresentav­a “comportame­nto aéreo”. É quando a baleia surge na superfície batendo na água com a nadadeira peitoral e a cauda.

Bolsonaro passou o feriado de Corpus Christi naquela região em 2023. Lá, se encontrou com o vereador Wagner Teixeira, multado pelo Ibama por “desrespeit­o às regras de observação de baleias”.

O ex-presidente e apoiadores usaram o caso para reforçar a narrativa de perseguiçã­o. Em novembro passado, Bolsonaro chegou a fazer uma fala gordofóbic­a e comparou o então ministro da Justiça, Flávio Dino, a uma baleia.

Em fevereiro, ele chegou a depor à PF sobre o caso.

“Você não consegue controlar um animal daquele tamanho que emerge da água. O presidente tomou todas as precauções a partir do momento que avistou a baleia, que é o que a lei determina. Ele nem sabia que tinha essa preocupaçã­o, mas mesmo assim tomou todos os cuidados necessário­s”, disse sua defesa.

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